A preocupação com mais um ano de seca no Ceará e o debate sobre a segurança pública ganharam espaço na sessão de ontem, no plenário da Assembleia Legislativa. O deputado Fernando Hugo (PP), chamou atenção, para situação de seca. O parlamentar destacou que a situação é “tão grave” que a água, no segundo semestre deste ano, deveria ser usada apenas para o consumo humano e manutenção da vida.
O deputado defendeu maior debate na casa sobre a situação, para encontrar soluções que possam minimizar o problema. “Esse assunto deve ser efervescente, diariamente discutido no Plenário. Muitos criticam apenas por criticar, mas precisamos unir forças para minimizar o problema e não apenas uma fazer crítica corriqueira”, frisou.
Fernando Hugo salientou que os governos de Cid Gomes e Camilo Santana fizeram ações construtivas de combate à estiagem no Estado por conta dos alertas de seca da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “Foi feito perfuração de poços e outras ações para o bem-estar da população cearense, mas o clima não ajuda”, apontou.
Entretanto, segundo o parlamentar, o que piorou as condições do Estado para enfrentar a estiagem foi a falta de políticas públicas por parte do Governo Federal. “O governo da presidente Dilma fez o Nordeste mais pobre. Prometeu obras hídricas que não foram finalizadas ou mesmo chegaram a ser construídas. Faliu o Brasil e empobreceu a economia”, criticou.
O deputado Renato Roseno (Psol) alertou para o alto consumo de água por fábricas, siderúrgicas e usinas. “A termoelétrica do Pecém, a siderúrgica do Pecém e a futura usina de extração de urânio em Santa Quitéria são três empreendimentos que gastam muita água e com esse gasto vai faltar para o cearense. Não é bom para o bioma e nem para o povo”, disse.
O líder do Governo na casa, deputado Evandro Leitão (PDT), pontuou ações do Governo do Estado para a convivência com seca. Segundo o parlamentar foram mais de 73 quilômetros de adutoras construídas; além de adutoras de montagem rápida; programas de abastecimento de água como o “Programa Água Doce”, que beneficiou mais de quatro mil famílias e perfuração de mais de 1.200 poços profundos.
Doutor Santana (PT) também ressaltou as ações de grande impacto do Governo do Estado para a convivência com a seca. “O problema da seca é permanente em nossa região e temos que discutir ações para essa convivência constantemente. Nos governos Lula e Dilma, tivemos o início e continuação das obras da transposição do Rio São Francisco. Mas, nossos esforços vão além das questões partidárias. O Governo do Estado também vem fazendo sua parte, como o Cinturão das Águas, perfuração de poços profundos, construção de adutoras e cisternas de placa”, salientou o petista.
Segurança
Já o deputado Audic Mota (PMDB) iniciou o debate acerca da segurança pública. Citando matérias jornalísticas que mostraram uma suposta festa de detentos bebendo e fumando de unidade prisional do Estado, o parlamentar lamentou: “Algo que se não fosse trágico, seria cômico. É triste nós não termos a proatividade do Governo”.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) afirmou que “às vezes escutamos resposta do Governo que não condiz com a realidade das ruas, prega um numero que não é real”. Ely Aguiar (PSDC) mencionou a ação, nos últimos dias, de bandidos em municípios como o de Ocara. Ele acredita que parte da quadrilha é oriunda “dessas fugas que aconteceram aqui”. Enquanto o deputado Agenor Neto (PMDB) endossou que a insegurança está generalizada e criticou a “ingovernabilidade”.
O líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), rebateu as criticas e lembrou que, durante a greve dos agentes penitenciários, houve uma irresponsabilidade do comando ao orientar o impedimento de visitas, o que culminou em episódios de rebeliões, conflitos e mortes ocorridos nos presídios do Estado. Em relação aos bloqueios dos sinais de telefonia móvel, o líder adiantou que o decreto está em fase final e, nos próximos dias, deve ser concluído.