Partidos como PSOL, PC do B, PT e PDT devem fazer oposição ao governo do presidente em exercício Michel Temer. De acordo com parlamentares cearenses alinhados à esquerda, este espectro da política brasileira deve sair fortalecido durante o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff e, com isso, se reaproximar cada vez mais da maior parte da população.
Para o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), nos últimos anos houve avanços das ideias conservadoras no País porque a sociedade acabou identificando o “péssimo governo Dilma” como sendo uma gestão da esquerda, o que é contestado por ele. Segundo o parlamentar, o Brasil passa por uma crise política e econômica e quem está à frente do governo acaba sendo aquele que é mais atacado.
“A Dilma não conseguiu apresentar um projeto de Nação que, de fato, pudesse permitir à sociedade vislumbrar a diferença entre eles e outros aliados do governo. Acho que vai demorar um tempo para que os movimentos sociais consigam mostrar para a sociedade que um projeto de esquerda é um projeto de justiça social, de transferência de riqueza e de reforma política”, opina.
Renato Roseno ressaltou, ainda, que o governo de Michel Temer será mais restritivo, e devido a isso os partidos de esquerda terão que estar ao lado das pessoas “lutando pelos direitos que serão tolhidos. Temos que estar ao lado do povo, lutando pela manutenção dos seus direitos. O momento agora é de resistir”.
Representatividade
O deputado petista Elmano de Freitas, por outro lado, acredita que a esquerda permanece firme em representatividade no Brasil. Segundo ele, a esquerda brasileira tem porcentagem de força política independente de estar no Governo Central, devido às bancadas de deputados e senadores, além de governadores e um conjunto de militantes populares em todo o País.
Elmano disse que a sociedade vai se movimentar contra as medidas adotadas pelo governo provisório, já que, em sua análise, a ideia do programa “neoliberal” de Temer é reduzir direitos. “Acredito que a esquerda vai crescer mais e mais”.
Augusta Brito (PC do B) sustenta que a esquerda voltará ao poder fortalecida e mais madura, já que reconheceu seus erros e a população perceberá que muitos foram os avanços da sociedade nos últimos 13 anos. “Ela vai voltar mais forte e mais amadurecida”, destacou.