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Servidor da Assembleia é preso por sequestro - QR Code Friendly
Quinta, 12 Mai 2016 04:33

Servidor da Assembleia é preso por sequestro

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Fernando Soares da Silva atuava como assessor técnico no gabinete do deputado Osmar Baquit; ele já havia cumprido pena no Ceará também por sequestro Fernando Soares da Silva atuava como assessor técnico no gabinete do deputado Osmar Baquit; ele já havia cumprido pena no Ceará também por sequestro
Um servidor da Assembleia Legislativa do Ceará, que desempenhava o cargo de assessor técnico no gabinete do deputado Osmar Baquit, foi capturado na última terça-feira (10), em cumprimento a dois mandados de prisão preventiva, do Estado de Pernambuco, embasados em denúncias de sequestro, crime pelo qual o assessor já havia sido preso no Ceará, nos anos 90. Policiais do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP) e da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar (CIP) detiveram Fernando Soares da Silva, na Rua Francisco Holanda.   De acordo com o delegado Luís Carlos Dantas, do DIP, além do mandado de prisão do Município de Garanhuns, havia outra ordem de prisão preventiva para Fernando da Comarca de Itambé, também em Pernambuco, pelo mesmo crime. Um dos mandados está em nome de Fernando Soares da Silva, o outro de Fernando Soares Simplício, mas Dantas explica a confusão. "A família era de 11 irmãos. Os mais velhos tinham Simplício como sobrenome, os dois caçulas não. Por conta das ações que praticaram juntos ficaram conhecidos como 'Irmãos Simplício' e isto causou a divergência".   Foi exatamente por estas ações em parceria que Fernando foi descoberto. Conforme apurações do DIP, o irmão mais velho do assessor, Sebastião Soares Simplício, foi executado em fevereiro deste ano dentro de um cativeiro, no Estado do Maranhão, na companhia de Carlos Alberto Mesquita dos Santos, o 'Sharon'. Isto desencadeou as novas apurações. "Quando Sebastião morreu surgiu a informação que ele pudesse estar envolvido com ataques a banco aqui. Pensamos que os 'Irmãos Simplício' estivessem agindo novamente e fizemos levantamentos sobre eles. Então descobrimos os mandados de prisão contra o Fernando", afirmou o delegado Dantas.   Fernando Silva foi levado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde pernoitou e foi transferido, ontem, para o 1ºDP (Monte Castelo). A transferência teria se dado porque o detento tem nível superior e goza o direito de estar num espaço que atendesse aos benefícios referentes à sua graduação.   Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Fernando afirmou que sabia dos mandados e que ambos eram equivocados. Ele disse também que estava se preparando para apresentar-se em Garanhuns e ingressar em Juízo com relação ao mandado de Itambé.   A Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Ceará disse que Fernando Silva não é mais servidor da Instituição e foi exonerado na terça-feira, mas não revelou se antes ou depois da prisão. Segundo a Instituição, a contratação dele é de responsabilidade do gabinete do deputado Osmar Baquit, que atualmente é secretário de Pesca do Estado. A reportagem entrou em contato com o deputado, mas as ligações feitas para o celular dele não foram atendidas.   Passado   O diretor do DIP, delegado Francisco Carlos Araújo Crisóstomo, disse que, no passado, Fernando Silva esteve ao lado dos irmãos em diversos crimes. Ele afirmou que o preso, inclusive, já havia fugido do extinto Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS).   Francisco Crisóstomo afirmou que ouviu falar de Fernando Silva pela primeira vez quando investigava o sequestro de uma mulher (identidade preservada) ocorrido em Juazeiro do Norte, nos anos 90. "Os 'irmãos Simplício' arrebataram a vítima em Juazeiro e a levaram para um cativeiro em Catolé do Rocha, na Paraíba. Fernando era o negociador da quadrilha e se identificava como 'Fernando Borel' quando ligava para a família da vítima. O sequestro durou 42 dias. Foi um dos mais bem articulados ocorridos no Ceará", declarou.   Segundo Crisóstomo, a investigação durou um ano e os 'Irmãos Simplício' foram capturados em um duplex, na área nobre de Aracaju, Sergipe. "Compraram a casa com o resgate milionário que receberam. Investiram também em uma revenda de veículos em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Depois da prisão, foram trazidos para o Ceará e fugiram do IPPS. O Fernando foi recapturado e pagou o tempo que ele devia pela sentença do Ceará", declarou.   Conforme Crisóstomo, os irmãos pernambucanos Fernando, Sebastião, Aloísio, Joseli e José Augusto formavam uma das mais experientes quadrilhas de sequestradores que agiu no Estado. "Agiram aqui, no Maranhão, no Pará. Eram perigosos".
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