Deputada Silvana Oliveira aproveitou para criticar os petistas que apoiaram o deputado Maranhão
( Foto: José Leomar )
Deputados estaduais cearenses e vereadores da Capital, ontem, em seus respectivos espaços, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, não pouparam críticas à decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, anulando a votação sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff na parte da manhã e à noite tornando sem efeito a mesma decisão, após a grande confusão que gerou durante o dia todo.
A deputada estadual Silvana Oliveira (PMDB) criticou a postura do presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão. O deputado do PP substitui Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afastar o peemedebista do comando da Casa legislativa.
Porém o alvo principal da parlamentar foram os petistas, que "comemoravam a decisão" do deputado federal. Silvana classificou a atitude de Waldir como sendo um "palhaçada". Ela disse que os membros do PT estariam criando "um novo dicionário", onde a palavra fascismo, por exemplo, recebe um outro sentido, diferente do que se conhece atualmente.
"Dizem que cuspir nas pessoas é normal, mas impeachment é golpe. Roubar e usar dinheiro que não é seu também é democrático. Começo a entender que quando me chamam de fascista, como fizeram na votação do plano de Educação, queriam dizer que sou uma pessoa honesta, trabalhadora, que defende a moral, a família e os bons costumes".
A deputada afirmou ainda que, no dicionário petista, achincalhar seria elogio, "porque eles não sabem o que é fascismo. Precisam recorrer aos livros de história para não passar de palhaço como passou Waldir Maranhão. Esse indivíduo, doido, que é democrata. Isso é democracia no dicionário equivocado", falou.
Manifestantes
Depois da parlamentar, optando por não respondê-la, o deputado Moisés Braz (PT) usou de seu discurso para lembrar que no dia de ontem os movimentos Sindical Rural, dos Trabalhadores Sem Terra, Central Única dos Trabalhadores, assim como a Federação dos Trabalhadores do Ceará estariam naquele momento fechando a BR-116, na altura de Chorozinho, em dia de luta nacional. "As ações ocorrem para que a gente possa, no Estado do Ceará, no Nordeste brasileiro e no Brasil avançar nas políticas públicas e mostra que não aceitamos retroceder nos direitos conquistados pelos trabalhadores".
Manifestantes bloquearam pela manhã um dos trechos da BR-116, no município de Chorozinho em protesto contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e também por reforma agrária. "As políticas públicas conquistadas em governos de Lula e Dilma não podem retroceder em um possível próximo governo. O papel da sociedade é lutar pelos direitos dos trabalhadores, sobretudo da reforma agrária", disse Moisés Braz.
Segundo o parlamentar, a função do movimento realizado na BR-116 seria dizer ao Estado do Ceará que os trabalhadores querem melhores salários e mais reforma agrária. "Um passo importante já foi dado, quando se discutiu a renegociação das dívidas dos agricultores, mas a luta organizada vai continuar forte pelos direitos de todos os trabalhadores", contou.