No fim de semana decisivo sobre a votação da autorização para a instalação do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, milhares de manifestantes contra o impedimento ocupam as ruas para defender o mandato da petista. Desde o meio-dia de sábado, a Avenida da Universidade, no cruzamento com a Avenida 13 de Maio, no Benfica, está interdita por conta da Virada Cultural, iniciada às 20h. Neste domingo, milhares de manifestantes assistirão à sessão da Câmara Federal em um telão montado em frente à Reitoria da Universidade Federal do Ceará.   Movimentos sociais   O evento da "Virada Cultural Contra o Golpe", iniciado no sábado, conta com manifestações culturais de artistas cearenses contra impeachment de Dilma Rousseff, como o bloco Luxo da Aldeia, a banda Renegados e o cantor Eugênio Leandro, dentre outros. Também são previstas falas de integrantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e de representantes de partidos políticos contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff, como o PT, PCdoB, PDT e PSOL.   O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, explica que o ato iniciado no sábado não é puxado exclusivamente pelo PT. "Não é um ato do PT, é do Ceará contra o golpe. É uma manifestação espontânea", declarou. A programação é organizada pela Frente Brasil Popular.   De Assis Diniz explica que a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) interditou o cruzamento da Avenida da Universidade com 13 de Maio, onde o palco está instalado, ao lado do telão de LED, para se acompanhar a sessão que vai decidir pela instauração ou não do impeachment contra Dilma Rousseff. De Assis acredita que, até o final da noite deste domingo, até 30 mil pessoas podem comparecer ao ato no Benfica. Ele, pondera, entretanto, que "muita gente deve querer assistir à sessão do impeachment em casa".   Integrantes do PSOL, partido que declara fazer uma "oposição de esquerda" ao governo federal, já deixaram claro que não legitimam o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, avaliando como tentativa de golpe da oposição a deposição da presidente. No entanto, lideranças do PSOL esclarecem que não irão sair em defesa do governo e, independentemente do resultado da votação de impeachment, continuarão a fazer oposição.   O PDT é outro partido que já tinha declarado, oficialmente, saída do governo Dilma Rousseff. No entanto, arrefeceu o discurso contra o governo depois que a legenda foi contemplada com o Ministério das Comunicações, conduzido pelo deputado cearense André Figueiredo. Agora, com o acirramento dos ânimos contra o governo federal, a legenda tem se posicionado ao lado do Palácio Federal e declara-se contra o que também entendem como golpe contra o Planalto. Em 2018, porém, o partido tem anseios por uma candidatura à Presidência da República e fala abertamente sobre esses planos.   Seminário   Ainda na agenda contra o impeachment, em Fortaleza, foi sediado, na manhã deste sábado, na Assembleia Legislativa, o Seminário Política, Economia, Direito e Mídia: Os Fundamentos da Crise. Pela manhã, o evento contou com participação do jornalista Altamiro Borges e dos professores Valton Miranda, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Sandra Helena, da Universidade de Fortaleza (Unifor). O debate foi mediado pelo professor Felipe Albuquerque, do Departamento de Direito Público da UFC. A deputada federal Luizianne Lins era esperada no evento, mas não compareceu.   Na sexta-feira, foram discutidos no seminário, na Assembleia Legislativa, temas como Política Atual e Desafios da Esquerda; Política Econômica: Brasil, BRICS e Crise Atual; e Estado Democrático de Direito - Realidade Constitucional Atual.