A sessão, de ontem, da Assembleia Legislativa foi marcada por pronunciamentos acalorados acerca da votação sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, instalado na Câmara Federal, e que tem votação marcada para domingo (17). Petistas saíram em defesa da presidente e acusaram o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), de “golpista”. Os peemedebistas reagiram e acabaram revidando com farpas contra os ex-aliados.
A deputada Raquel Marques (PT) falou sobre os problemas do executivo federal e defendeu que os outros poderes devem agir pelo bem social em meio à fragilidade política e econômica. “Não existe motivo para o impeachment. Clamo para que o Executivo e Legislativo olhem pelas pessoas mais necessitadas que estão sendo afetadas por conta dessa instabilidade”.
Já o deputado Elmano de Freitas (PT) engrossou o discurso contra o que avalia como “golpe”. O deputado ocupou a tribuna para reafirmar posicionamento contrário ao vice-presidente Michael Temer. O petista destacou como Temer deveria agir nos próximos dias e cobrou a renúncia do vice. “Segunda-feira, após serem derrotados os golpistas, ele deve renunciar a Vice-presidência da República. Ele não tem condição moral e ética para estar no cargo. Eu espero que o vice-presidente Michel Temer renuncie, se resta ainda algum pingo de decência a esse cidadão”.
O deputado ainda criticou os pronunciamentos do presidente licenciado do PMDB nacional após vazamento de áudio em que Temer discursa como se o processo de impeachment já estivesse aprovado pela Câmara Federal. “Por que o vice-presidente, que grava um texto dizendo de um fato que ainda não aconteceu como se tivesse acontecido, sai dizendo que não tem nenhuma articulação da parte dele para derrubar a presidenta? Isso demonstra quem é o homem que quer ser presidente do País”.
A bancada peemedebistas na Assembleia respondeu as acusações. Os parlmantares se alternaram em pronunciamentos acalorados. O deputado Tomaz Holanda (PMDB) respondeu às críticas: “Sabe o que o pessoal do PT está dizendo? Estão falando mazela do vice-presidente da República. Onde é que o vice-presidente está enrolado com maracutaia e com sacanagem? (sic). Onde é que ele esta envolvido com roubalheira e enrolada? Pelo contrario, o vice-presidente é um homem respeitado, o maior jurista que esse país tem”.
A deputada Dra. Silvana (PMDB) também ocupou a tribuna no plenário para fazer coro com o seu colega de partido, frente às acusações contra o vice-presidente da República. “Eu nunca votei no governo do PT, mas a população foi enganada. O grande golpe foi ali quando começaram a dizer de que tudo ia acabar quando qualquer outra pessoa fosse governar o País”.
Impeachment
Petistas e peemedebistas mostraram confiança durante os pronunciamentos em relação aos próximos dias. Hoje (15), os deputados federais começarão a votar o processo de impeachment. A sessão se estenderá até domingo (17), dia indicado para finalizar a votação. Com argumentos contrários, aliados do governo Dilma e oposicionista afirmaram que domingo será um dia de comemoração.
O deputado Elmano de Freitas lembrou as eleições de 2014 para embasar posicionamento otimista frente às votações. “Eduardo Cunha irá começar com os votos do Sul e Sudeste para terminar no Nordeste. Irá ser igual à apuração de 2014: os golpistas irão começar na frente, depois irá diminuir a diferença e, quando entrarem os votos do Nordeste, nós vamos derrotar os golpistas no domingo 17 de abril”.
O peemedebista Audic Mota (PMDB) se pronunciou para firmar que domingo será um dia de comemoração. “Nós estamos vendo agora aquela arrancada da vitória. Estou simplesmente vendo a tampa do caixão ser fechada. Nós estamos vendo uma falta de discursos ou um discurso que, se existia, se converteu em desânimo”.