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Ataques e ameaças deixam polícia em estado de alerta - QR Code Friendly
Sexta, 15 Abril 2016 06:37

Ataques e ameaças deixam polícia em estado de alerta

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Uma onda de ameaças e ataques em todo o Ceará está deixando a população em clima de tensão e a Polícia em alerta. Nas redes sociais, mensagens ameaçam com ações criminosas em represália à lei estadual, aprovada em março de ano, que obriga as operadoras a instalarem bloqueadores de sinal de celular no entorno de unidades penitenciárias do Estado.   Para o professor do Laboratório de Estudos da Violência, Luiz Fábio, os ataques como os que estão acontecendo criam um cenário de terror e revelam fragilidades das forças de segurança pública. “É preciso uma ação qualificada do Governo, com intuito de identificar os responsáveis e desmontar as organizações criminosas que estruturam essas ações. Caso essas organizações se sintam à vontade para cometer essas ações, elas irão se intensificar e produzir a disseminação dos sentimentos de medo e insegurança nas cidades cearenses”, analisou.   Ameaça A última ameaça aconteceu no início da tarde de ontem. Um áudio, recebido pela Polícia, sobre um suposto atentado contra a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, no Bairro de Fátima, fez com que a segurança no local fosse reforçada. Homens armados com submetralhadores fazem a vigília do prédio. Sobre o ocorrido, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social disse, em nota, que “A Polícia Civil recebeu uma informação de que poderia ocorrer uma tentativa de resgate de um preso. Por conta disso, o reforço na segurança do local foi realizado”.   Antenas Em 24 horas, duas antenas de telefonias foram incendiadas. O primeiro ataque aconteceu na tarde de ontem, na localidade de Boqueirão do Arara, no município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. Um prédio da operadora Oi, onde ficavam os equipamentos para manutenção e controle da antena, foi invadido e uma antena incendiada. Na parede do local, os suspeitos picharam “Essa ação é uma represaria (sic) a instalação de bloqueadores de celulares nos presídios. Estamos só começando”. Ao lado da mensagem constava a assinatura em forma das siglas “FDN”, “CV” e “PJL”, que significam respectivamente “Família do Norte”, “Comando Vermelho” e “Paz, Justiça e Liberdade”. Algum tempo depois, por volta das 22 horas, uma antena da mesma operadora, também foi incendiada. Dessa vez, na Rua Bragança, no bairro Granja Portugal, em Fortaleza. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou as chamas. Ninguém se feriu em nenhum dos ataques.   Denúncia Uma nova ameaça de bomba foi registrada no final da tarde da última quarta-feira. Assim como noticiou o jornal O Estado, na edição de ontem, após a denúncia da existência de explosivos do prédio onde funciona o call center da Oi, na Avenida Borges de Melo, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) evacuou os andares e o local foi vistoriado pelo Esquadrão Antibombas. De acordo com a Polícia, não foi encontrado nenhum artefato explosivo. Essa foi a segunda denúncia de ameaça de bomba que a Polícia recebeu. A primeira aconteceu no dia 4 de abril. Na ocasião, foram encontrados mais de 13 quilos de explosivos no porta-malas de um veículo roubado, que estava estacionado próximo à Assembleia.   Câmara A Câmara Municipal de Sobral, localizado na Praça Dom Jerônimo, no Centro, também sofreu ataques. Na madrugada de ontem, um homem arremessou três artefatos explosivos, mais conhecido por coquetéis molotov, nas janelas da fachada da casa legislativa. Ninguém se feriu. O suspeito também pichou na parede do prédio a sigla PCC, que significa “Primeiro Comando da Capital”. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança externas. A Polícia ainda procura o suspeito que, nas imagens, aparece de capacete.   Conexão Apesar de as ocorrências terem acontecido de forma sequenciada, a Polícia Civil não confirmou relação entre elas. O professor do LEV, Luiz Fábio, apontou que “seria oportuno destacar, em linhas gerais, a participação de um grupo atuando nas cidades, gerando a ideia de que ações diferenciadas são estruturadas pela mesma organização. É preciso aguardar as apurações sobre os crimes e a manifestação de grupos que passam a reivindicar o protagonismo do crime no Estado do Ceará”, opinou. Até o fechamento da matéria, nenhum suspeito foi identificado ou preso. Luiz Fábio analisa que a demora nas investigações gera a sensação de que os criminosos estão fora do alcance do poder público. “Isto é terrível para a sociedade, pois laços de confiança entre as pessoas e as instituições governamentais são quebrados, deixando uma sensação de que o crime pode se proliferar com pouca resistência das forças de segurança pública”, afirmou, completando que “agir de maneira rápida e eficiente, no intuito de conter ataques como esses, responsabilizando os seus autores, é sempre a melhor maneira de contornar, efetivamente, o problema”.
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