Luizianne Lins, Francisco de Assis Diniz e Elmano de Freitas durante passeata em defesa do ex-presidente Lula, em Fortaleza
A pouco mais de um mês do encontro municipal que define se o PT lança candidato próprio às eleições em Fortaleza, a deputada federal
Luizianne Lins (PT) disse que o partido poderá apresentar nome para a disputa mesmo sem apoio do governador Camilo Santana (PT).
“Nem presidente, nem governador, nem ninguém manda no PT. Quem manda no PT é a sua base”, afirmou a ex-prefeita de Fortaleza, durante participação de ato em defesa de Lula, no último domingo.
Segundo a petista, embora o “sentimento majoritário” do partido seja o de candidatura própria, Camilo pode ter sua posição, desde que “não interfira de forma não legítima dentro do PT para mudar a posição dos delegados”.
A postura de Luizianne tem sido a mesma adotada pelo deputado estadual Elmano de Freitas, presidente municipal da sigla e candidato derrotado em 2012. De acordo com ele, o processo de escolha na legenda será feito “com tranquilidade”. Só depois é que a legenda discutirá qual será a atuação de cada filiado na campanha.
Para Elmano, o histórico de oposição do PT ao prefeito Roberto Cláudio (PDT) dificulta o alinhamento dos dois partidos na Capital. “Nós, do diretório municipal, já decidimos por unanimidade que queremos candidatura própria em Fortaleza, mas entendemos a situação do governador. Afinal, ele foi apoiado pelo prefeito. De maneira nenhuma queremos gerar atrito com o governador em virtude disso”, disse o deputado.
A tese da candidatura própria do PT também é defendida pelo presidente estadual da sigla, Francisco de Assis Diniz, para quem essa decisão expressa a vontade da militância, “mesmo com a vontade do governador”.
Entre RC e PT
Eleito ao governo do Ceará com o apoio de Roberto Cláudio, Camilo Santana ainda não manifestou publicamente a intenção de estar ao lado do prefeito na campanha de reeleição. Na coluna “Política do O POVO, porém, o jornalista Érico Firmo informou no último dia 10 que o governador reuniu os secretários petistas no Estado para comunicar a decisão de apoiar RC e tentar colocar o partido na base do prefeito, garantindo a vaga de vice na disputa deste ano.
Titular da Assessoria de Acolhimento aos Movimentos Sociais, o vereador licenciado Acrísio Sena negou que tenha havido esse pedido formal de Camilo aos secretários.
Em entrevista à reportagem, no entanto, Roberto Cláudio admite as articulações de Camilo, embora tenha preferido não se manifestar sobre elas. “O movimento tem sido feito por ele (Camilo). Então, não é conveniente eu emitir qualquer opinião”, afirmou o prefeito.
Sobre a possibilidade de ter um petista como candidato a vice-prefeito, RC disse que ainda “está muito cedo para qualquer discussão dessa natureza”. Conforme o chefe do Executivo municipal, o foco da gestão está na melhoria da organização do PDT em Fortaleza para formar chapa competitiva de vereadores.
“Em primeiro lugar, nós vamos discutir quem vai estar conosco e, com os nomes e os partidos, tomar decisões mais objetivas”, explicou RC.
(colaborou Isabel Filgueiras)