Em sessão plenária que se estendeu por mais de 12 horas na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), deputados aliados e de oposição ao governador Camilo Santana (PT) travaram uma queda de braço em torno do pedido de empréstimo de US$ 123 milhões para construção de hospitais.
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A mais longa sessão da atual legislatura teve também um dos maiores quóruns da AL. Foram registradas presenças de 43 dos 46 deputados - na maioria das sessões, a média é de 34 parlamentares. Alguns deles chegaram à Assembleia ainda na madrugada da quinta-feira para se inscreverem na lista de oradores.
A Casa discutiu o requerimento de empréstimo no valor de US$ 123 milhões ao Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) para construir unidades hospitalares no Ceará. Até o fechamento desta página, a votação ainda não havia sido concluída
A oposição, que exige garantia de custeio para os novos hospitais e das unidades regionais já erguidas, pede ainda um remanejamento de verbas para instalações como a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e o Hospital Albert Sabin.
Todas as emendas de plenário, apresentadas por Agenor Neto (PMDB), Audic Mota (PMDB), Capitão Wagner (PR) e Dra. Silvana (PMDB), foram rejeitadas.
A justificativa dos deputados da base era de que, caso fossem feitas alterações no projeto original, o Governo teria de recomeçar a tramitação da proposta.
Essa reavaliação demoraria mais de um ano, segundo o deputado Dr. Sarto (Pros), e ultrapassaria o prazo de dois anos de validade da carta de recomendação para o empréstimo.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) acusou o Governo de não atender as solicitações dos deputados da oposição. “Sou a favor do hospital, não posso votar contra o empréstimo, mas o Governo não aceita uma emenda”, criticou.
Acirramento
A discussão gerou ainda acusações entre parlamentares. O deputado Ivo Gomes (Pros) disse que todos estavam “fazendo política” e tentando “agradar sua paróquia”. “Um quer fazer política pedindo dinheiro para as criancinhas do hospital porque é uma coisa que toca, outro quer um pedacinho para a Santa Casa para agradar a Santa Casa. E outro quer não sei pra onde para agradar sua paróquia”, disse Ivo.
“Prefiro defender as crianças do Estado a ficar defendendo outros interesses ou ficar atacando um governador que é seu e que você hoje tachaou de incompetente”, rebateu Agenor. “Eu preferia discutir uma situação para agradar criancinhas do que fechar os olhos e aprovar dinheiro para construtoras”, devolveu Audic, líder do PMDB.