As chances do PT ter candidato próprio para a Prefeitura de Fortaleza no próximo ano aumentaram. Isso porque a segunda maior força política da sigla no diretório municipal, ligada ao deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara Federal, dá sinais de abertura ao lançamento de nome para a disputa. O grupo mantém posição próxima ao governador Camilo Santana (PT), que por sua vez sinaliza apoio à reeleição de Roberto Cláudio (PDT). Se confirmada, a candidatura representa guinada do grupo ligado à ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), corrente majoritária do PT de Fortaleza, que sempre defendeu a tese, enquanto Camilo pode ficar isolado. Tendência se fortaleceu em reunião no último sábado, 25, entre Luizianne, Guimarães e os presidentes municipal e estadual da legenda, respectivamente, Elmano de Freitas e Diassis Diniz. O assunto volta a ser discutido pelo diretório estadual do partido na próxima sexta-feira, 2. Segundo Elmano, todos os presentes no encontro “mostraram bem essa intenção de ter candidatura própria”. Guimarães não quis falar com a reportagem sobre o tema nem confirmou afirmação de Elmano, mas pessoas do grupo dele defenderam a posição. É o caso de Moisés Braz, que disse acreditar que “o PT não pode abrir mão” disso. Além dele, Renan Ridley, representante do grupo do deputado na executiva municipal do PT, fez críticas à gestão do prefeito e afirmou que “entre a possibilidade de apoio a Roberto Cláudio e a candidatura própria, a possibilidade de apoio é muito pequena”. Diassis declarou que “se depender do sentimento das forças políticas e da base do partido, há tendência de ter candidatura própria”. A discussão oficial só deve acontecer no ano que vem, segundo os entrevistados. Até então, os nomes mais fortes à disputa são o de Luizianne e Elmano. Apoio do governador O governador Camilo é aliado dos Ferreira Gomes, que apoiam o prefeito e se articulam para lançar o nome do ex-governador Ciro Gomes (PDT) à Presidência em 2018. A posição dele divide opiniões dentro da sigla .A líder do PT na Assembleia Legislativa, Rachel Marques, admitiu que Camilo tem mostrado apoio a Roberto Cláudio e que o partido deve ouvir posição dele para tomar a decisão. Já o vereador Acrísio Sena (PT) nega que posição do governador é certa e diz que, por enquanto, a definição é que a legenda mantenha oposição ao prefeito. O deputado federal José Airton disse que conjuntura pode levar à opção de não lançar candidato. Fala diferente de Cesário Neto, representante do grupo dele na executiva municipal do PT. Neto explicou que o partido está dividido entre as duas posições, mas que a tendência maior é a de candidatura própria, decisão defendida por ele. (colaborou Carlos Mazza)