Welington Landim revelou surpresa, mas negou haver crise entre os deputados que formam a base governista
FOTO: JOSÉ LEOMAR
A saída do PSD do maior bloco partidário da Assembleia Legislativa causou surpresa a membros da base governista, que ainda na manhã de ontem, procuravam entender a decisão da legenda. Até mesmo os representantes do partido demonstravam não saber, exatamente, o que havia acontecido, e disseram apenas que a sigla procura "mais liberdade" de falar em seu nome.
Com isso, o PSD pode também sofrer a perda da presidência da Comissão de Esporte e Cultura da Casa, uma vez que deixou o grupo formado até então por 18 deputados. Partidos ou outros blocos podem reclamar a presidência do colegiado.
Já o Governo pode enfrentar que os demais partidos governistas passem a deixar os blocos de apoio à gestão de Camilo Santana para atuarem de forma mais independente. Durante sessão ordinária, ontem, na Assembleia, muitos deputados comentavam a situação ocasionada com a saída do PSD do bloco, e até mesmo o secretário da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Osmar Baquit, esteve no Plenário 13 de Maio para conversar com os deputados do partido para tentar explicar como o partido irá se portar daqui para frente.
Mal interpretado
Segundo ele, o presidente da sigla, Almircy Pinto, foi mal interpretado quando repassou a informação de que a agremiação estava deixando o bloco, do qual faz parte também o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do governador Camilo Santana.
"Eu conversei com o Almircy, e ele me disse que a ideia é se manter na base do Camilo, mas que o partido tivesse um líder porque nós temos um ministro e queremos fazer mais uso da tribuna em nome do partido. Há a necessidade de sair do bloco para se ter essa visibilidade. Foi essa a justificativa que ele me deu", disse o secretário.
"Ele (Almircy) falou que não tem rompimento com o Camilo Santana ou motivos para sair da base governista. O partido só quer ter mais liberdade para apresentar suas posições", afirmou Osmar Baquit.
O deputado Welington Landim, do PROS, afirmou que a decisão o pegou de surpresa, mas ressaltou que não há crise na base governista, ressaltando, inclusive, que tem uma ligação direta com os representantes do PSD na Assembleia.
O vice-líder do Governo, Júlio César Filho (PTN), disse que a relação entre o partido e o Governo deve ser mantida, ressaltando que não avalia a atitude do PSD como um sinal de que houve racha na base governista.
Joaquim Noronha (PP) disse que o partido poderia utilizar outros mecanismos para ter participação de mais liberdade na Casa, e afirmou que a questão de estar ou não no bloco não impede determinados posicionamentos dos parlamentares.
O petista Elmano Freitas afirmou que a decisão não foi boa para o bloco, mas disse que não foi algo "grave" para a relação entre o partido e a gestão de Camilo Santana. "O PSD tem secretaria, foi contemplado, e dizer que não tem sido contemplado pelo Governo não é razoável", apontou o parlamentar.