MELHOR DEIXAR QUIETOA Assembleia Legislativa do Ceará e a Câmara Municipal de Fortaleza aprovaram, quase simultaneamente, na quinta-feira, moções de repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). O motivo foi a forma como o peemedebista conduziu a sessão do último dia 18, quando Cid Gomes (Pros) atendeu a convocação para se explicar sobre ter afirmado que há “entre 300 e 400” deputados federais “achacadores”. Os legisladores cearenses fariam melhor em deixar o assunto quieto.
Numerosa comitiva de parlamentares, agentes públicos e assessores cearenses foi a Brasília acompanhar a tal sessão. Durante os discursos, houve entusiasmadas manifestações do grupo pró-Cid, o que levou Cunha a determinar a retirada deles do plenário e até de alguns que estavam nas galerias. “Plenário da Câmara dos Deputados não é lugar de claque”, disse o presidente da Câmara, ao cobrar intervenção da Polícia Legislativa.
A sessão foi tensa. Cid se retirou antes do fim, após ser chamado de palhaço. Seguiu para o Palácio do Planalto. Ao sair, não era mais ministro da Educação.
O objetivo da “claque”, como chamou Cunha, era demonstrar apoio ao então ministro. O que conseguiu foi enfatizar a impressão de coisa paroquial. Transmitiu-se a imagem de prática atrasada. Deu margem, não de todo despropositada, a diversos estereótipos normalmente colocados em políticos nordestinos. Ao invés de fortalecer o ex-ministro, fragilizou-o. Reforçou, perante o País, a impressão de provincianismo e atraso.