Cid Gomes (Pros), após deixar o Ministério da Educação, descansa na capital cearense. Aliados apontam que o ex-ministro deve retomar os planos de passar uma temporada fora do Brasil. Antes de assumir a Pasta, Cid anunciava que desejava atuar no Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID), inclusive, em novembro passado, ele viajou para os Estados Unidos, onde acertou detalhes para embarcar no projeto depois de deixar o governo do Ceará. Na ocasião, Cid disse que trabalhar no BID seria uma oportunidade de aprender e poder divulgar as experiências realizadas na gestão estadual.
Cid apresentou seu pedido da demissão a Dilma Rousseff em uma rápida reunião no Palácio do Planalto, na última quarta-feira, após responder a questionamentos sobre declaração feita durante uma visita ao Pará.
Ao ser indagado se Cid retomaria os planos anterior, o prefeito de Sobral, Veveu Arruda (PT), que acompanhou o ex-governador em Brasília, disse não haver “nada resolvido”. “Ele estava bem e com o sentimento de que fez o correto. Não falou sobre seus planos”, pontuou, acrescentando que Cid se preocupa com a educação brasileira. Sobre a possibilidade de Cid morar nos Estados Unidos, Veveu diz apostar ser provável, mas avisa que o aliado aproveitará os dias para descansar e planejar o futuro. Sobre a indicação de sua esposa Izolda Cela, atual vice-governadora, para a vaga de Cid, Veveu evitou comentários, justificando não ter sido informado das especulações.
O deputado estadual Sérgio Aguiar (Pros) disse que, na opinião dele, Cid deve retomar os planos anteriores, uma vez que desistiu de morar nos EUA para atender ao pedido da presidente Dilma Rousseff e tornar-se ministro. Mas fez uma ressalva sobre o corrido: o ato de Cid passa a ser uma referência para a política do País, um marco para os representantes no Congresso.
O governador Camilo Santana (PT), durante anúncio do projeto de abastecimento de água para a região de Tauá, também teceu comentários ao ato de Cid, afirmando ter sido uma “atuação histórica”. O petista foi um dos integrantes da comitiva cearense que acompanhou Cid em Brasília.
Mudanças
Aliados, porém, afirmam que a demissão de Cid foi ensaiada, tendo em vista uma possível mudança no ministerial. Sendo assim,a situação estaria insustentável. Nos bastidores, Cid sairia do cargo, deixando a vaga para o retorno de Aloizio Mercadante, e abrindo espaço para Jacques Wagner (PT). Essa mudança agradaria ao ex-presidente Lula. Fontes do Planalto, porém, negam essa mexida.
Sem surpresa
Opositor dos irmãos Ferreira Gomes, o senador Eunício Oliveira (PMDB) afirmou que decisão “não surpreendeu”. “Conheço o Cid desde quando ele era governador e discutiu com um parlamentar. Criou uma crise para o governo. Ele mesmo disse que era um ministro mal-educado. Ele perdeu a condição de representar o Brasil como ministro da Educação. Ele desrespeitou a Câmara e, ao fazer isso, o Poder Legislativo. É o jeito Ferreira Gomes de ser. Não me surpreendeu”, pontuou.