Para o deputado Professor Pinheiro, a diferença do tratamento dado à corrupção agora é que há investigação e a Justiça pode punir os culpados
FOTO: HELOSA ARAÚJO
O acirramento do processo eleitoral no campo nacional está sendo refletido nos pronunciamentos dos deputados na Assembleia Legislativa do Ceará. Os petistas da Casa, mais uma vez, na sessão ordinária de ontem, tiveram que responder críticas e denúncias de corrupção na gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) nos últimos anos.
A auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) foi um dos motivos de críticas feitas pela oposição. A deputada Eliane Novais (PSB), aproveitando agora que apoia, oficialmente, Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da República, decidiu partir para o ataque. O Comperj é um dos maiores projetos da Petrobras no Brasil, e nele foi identificado pelo TCU possíveis irregularidades em investimentos feitos, sem uma análise adequada de risco.
Obras no valor de bilhões, por exemplo, conforme foi noticiado no Jornal Nacional da última quarta-feira, foram feitas de forma indevida, sem a contratação de empresas através do processo licitatório. O ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União, e relator do processo, acatou o pedido dos técnicos responsáveis pela auditoria, que definiram como "temerária" a gestão da Petrobras nas intervenções do Comperj.
Mineiro
Segundo explicou Professor Pinheiro (PT), as diferenças entre o Governo petista e o tucano em relação às investigações sobre corrupção é que a gestão passada "engavetava" os processos investigados para não atingir aliados, e nada apurava. Ele lembrou, por exemplo, o caso do mensalão mineiro, que tramita há 17 anos, ainda sem punição.
"O procurador-geral da República, recentemente, solicitou 22 anos de cadeia para Eduardo Azeredo (ex-governador de Minas Gerais pelo PSDB). Ele renunciou à condição de deputado federal para evitar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo tende a se extinguir em abril do próximo ano e nenhum dos culpados será julgado", explicou o petista.
O deputado ressaltou ainda que, atualmente a Polícia Federal, o Ministério Público e a Procuradoria-Geral da República têm liberdade para apurar casos de corrupção, o que segundo disse não acontecia no passado.
"A diferença, em relação ao passado, é que a Justiça não tinha como apurar, porque não havia inquérito, mas sim engavetamento", disse. O petista disse também que há uma tentativa dos meios de comunicarão em tentar criminalizar o fato antes mesmo da apuracão da Justiça
Já a líder do PT na Assembleia, Rachel Marques afirmou que todas as denúncias de corrupção contra membros do PT estão sendo apuradas, onde os envolvidos estão afastados dos cargos e, se forem culpados, serão punidos. "Esse é o novo Brasil, onde as instituições funcionam. O Governo do PT foi o que mais combateu a corrupção na história da democracia brasileira. As investigações estão acontecendo e os culpados serão punidos", disse ela.
Lula Morais (PCdoB) também entrou no embate sobre as denúncias feitas durante o período eleitoral e ressaltou que grampos da Polícia Federal para investigar as ações do doleiro Jordão Emerenciano flagraram supostas atividades de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção de políticos e empresários no governo de Eduardo Campos, em Pernambuco.