Chamou a atenção nesta eleição, o contingente de eleitores que decidiram não ir às urnas. Dos 6.268.909 aptos a votar, mais de 1.261.344 abstiveram-se, o que, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) representa 20,12%. A cientista política, socióloga e professora universitária, Carla Michele Quaresma, ponderou que a fuga dos eleitores, no Ceará, pode ser explicada pela falta de alternativas políticas na disputa à sucessão estadual. De acordo ainda com o TRE, de todo o Ceará, o município de Croatá, que possui cerca de 17.077 habitantes, foi o município onde o índice de abstenção nas urnas foi maior, com 37,59%. Por outro lado, Sobral que possui cerca de 199.750 habitantes, foi o município em que mais contou com a participação dos eleitores, totalizando 91,99%. “Na realidade, você tinha um cenário dado por uma polarização, entre dois candidatos que até pouco tempo atrás representavam o mesmo projeto político”, justificou, citando os candidatos Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT). Quaresma destaca, ainda, que Eliane Novais (PSB) e Ailton Lopes (Psol) não apresentavam “potencial competitivo”, onde as pesquisas os colocavam em uma situação de voto muito baixo. Quaresma ponderou, ainda, que viu uma campanha bastante “apática”, onde o acirramento deu-se apenas na reta final, motivada, segundo ela, muito mais pelos próprios partidários. “Não foi uma campanha que envolvesse a sociedade, justamente, pela falta de opções e alternativas”. De acordo ainda com o TRE, 79,88% dos eleitores cearenses compareceram aos locais de votação, índice que corresponde a 5.007.565 eleitores. Com a apuração de 100% das urnas, Camilo Santana (PT), que vinha sempre em segundo lugar nas intenções de voto, terminou em primeiro com 2.039.233 de votos, o que corresponde a 47,81% dos votos válidos. Já Eunício Oliveira recebeu 1.979.499 votos, o equivalente a 46,41% dos votos válidos. Eliane Novais recebeu 144.507 votos e Ailton Lopes 102.394 votos.