Segundo colocado na última eleição para prefeito de Fortaleza, Elmano de Freitas concorre a deputado estadual e é cotado como um dos favoritos
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Sete dos 10 candidatos a prefeito de Fortaleza em 2012 estão tentando uma vaga para a Assembleia Legislativa do Ceará ou para a Câmara Federal, em Brasília. Com diferentes tempos de duração no programa eleitoral, eles procuram convencer a população para a postulação a que concorrem.
Há dois anos disputaram a eleição para a Capital cearense Heitor Férrer (PDT), Inácio Arruda (PCdoB), Moroni Torgan (DEM), Renato Roseno (PSOL), André Ramos (PPL), Elmano de Freitas (PT), Francisco Gonzaga (PSTU), Marcos Cals (ex-PSDB, agora no SD), Roberto Cláudio (na época pelo PSB), e Valdeci Cunha (PRTB). De todos esses nomes, apenas os três últimos não tentarão a disputa proporcional esse ano. Dos sete, quatro disputam uma vaga para deputado federal e três para estadual.
No primeiro turno, Roberto Cláudio conseguiu mais de 291 mil votos no primeiro turno. Marcos Cals, que naquele pleito teve mais de 30 mil votos, não disputa nenhum dos cargos vigentes, e Valdeci Cunha, que teve candidatura indeferida em 2012, também não tentará postular qualquer vaga no pleito desse ano.
Os candidatos que concorrem a deputado estadual e federal tentam repetir nas urnas, agora em 2014, o mesmo feito de dois anos atrás. No entanto, alguns deles nem sequer conseguiram ultrapassar dois mil votos.
Bilhete Único
É o caso de André Ramos, do PPL, que foi candidato à época pelo recém-criado Partido Pátria Livre, e obteve apenas 1.874 votos em toda a Capital. Ele trabalhou na gestão de Roberto Cláudio até meados desse ano quando se desincompatibilizou para concorrer a vaga de deputado federal. Como presidente do Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh) procurou mostrar serviços para a comunidade local, em busca de garantir sua viabilidade eleitoral.
No programa eleitoral no rádio e televisão, diz que trabalhou com Roberto Cláudio para implantar o Bilhete Único e promete "lutar", em Brasília, pela aprovação de passe livre estudantil para os jovens. Francisco Gonzaga, do PSTU, foi outro que conseguiu poucos votos (apenas 3.308) e tenta uma vaga na Câmara Federal.
Inácio Arruda, que em 2012 aparecia em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, com o avanço das negociações ficou sem nenhum partido aliado, o que contribuiu para que ficasse com apenas 22.808 votos, um dos piores momentos do comunista em uma eleição. Arruda, que ainda é senador pelo Estado do Ceará, também não conseguiu o apoio suficiente para tentar reeleição ao Senado Federal e teve de acatar a decisão da coligação e se candidatar a deputado federal.
Em seu programa eleitoral fala sobre a ajuda que teria dado à presidente Dilma Rousseff e ao governador Cid Gomes para conseguir obras para o Estado. Diz ainda que ajudou a criar e expandir institutos federais e a trazer a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) para o Ceará. Promete ainda se dedicar à Educação, Esporte e Cultura.
Moroni Torgan, que desde 2004 vinha disputando vaga para o cargo majoritário, em 2012, obteve 172 mil votos, seu pior desempenho. Em outras disputas, o ex-deputado federal sempre ficava na marca dos 290 mil votos. Agora, disputando uma das vagas para a Câmara Federal, é o candidato com maior tempo de rádio e televisão, com quase um minuto à frente da propaganda eleitoral. No programa, ele volta a falar sobre o tema que o tornou conhecido: a violência.
ECA
Torgan insinua que vai tentar alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e diz "chega de assassino atrás da palavra menor", em alusão a uma possível proposta de redução da maioridade penal no Brasil. Um dos fenômenos de 2012, com 262 mil votos para prefeito de Fortaleza, o deputado Heitor Férrer lamenta a derrota no primeiro turno há dois anos e diz para a população não acreditar em "boato" de que ele já está eleito.
Elmano de Freitas, apoiado pela ex-prefeita de Luizianne Lins, conseguiu 318 mil votos no primeiro turno, ficando em primeiro lugar. Ele concorre a deputado estadual e a eleição dele é dada como certa por parlamentares. Renato Roseno (PSOL) teve 148 mil votos em 2012, sendo o quinto lugar na disputa para prefeito da Capital. Na propaganda, defende que todo Governo deve ter uma oposição. Ele tenta uma vaga na Assembleia.