Durante a sua passagem por Fortaleza, na tarde de ontem, a presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), afirmou que, em princípio, não subirá nem no palanque do candidato ao governo do Estado, Camilo Santana (PT), que detém seu apoio “oficial” e nem do candidato Eunício Oliveira (PMDB) que, além de deixar o palanque aberto para o presidenciável Aécio Neves (PSDB), pede voto para a petista. Em visita rápida à Capital, Dilma gravou cenas para o seu programa eleitoral no rádio e TV no Residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter, que deverá ser entregue no final de 2015. O conjunto habitacional tem 5.600 apartamentos e faz parte do programa Federal Minha Casa, Minha Vida. “Em princípio, tenho dois apoiadores. Então, eu tenho uma atitude bastante moderada em relação em não subir em palanques neste momento”, reverberou Dilma, após ser questionada pela imprensa local sobre a sucessão estadual, onde os candidatos mais bem colocados nas pesquisas disputam seu apoio, haja vista sua força política no Nordeste. MAURO O candidato ao Senado Federal, Mauro Filho (Pros), no entanto, garantiu o registro de imagens ao lado da presidente Dilma. Os dois trocaram afagos e esbanjaram sorrisos diante das câmeras na passagem da petista pelo Ceará. Nos bastidores, a informação é de que Mauro Filho, que se apresenta no programa eleitoral como o “candidato de Dilma e Lula no Ceará”, teria conseguido gravar, em vídeo, mensagens de apoio de Dilma à sua candidatura. A assessoria do candidato, no entanto, ainda não confirma a informação e diz, apenas, que os dois tiveram uma conversa reservada na companhia de outros representantes da coordenação da campanha no Ceará. NORDESTE Dilma também afirmou estar “intrigada”, pelo fato de no Nordeste, não contar com o apoio da elite. “Eu fico intrigada pois, no Brasil, não houve a situação de que uns ganharem e outros perderem”, disse, ponderando que, nos últimos 12 anos, segundo ela, todas as classes sociais brasileiras teriam desfrutado dos ganhos reais na economia. “Mas há essa diferença, em que os pobres ganharam mais”, pontuou. GOVERNO NOVO A petista também chegou a afirmar que, caso seja eleita, “haverá governo novo, equipe nova”. Questionada se o ministro da Economia, Guido Mantega irá permanecer, tendo em vista que a economia do País não está crescendo, a presidenta fez suspense e desviou do assunto. MCMV Na maior parte de sua fala, a presidente se ateve a defender o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e afirmou que, até 2018, caso seja reeleita, poderá chegar ao total de sete milhões de residências construídas no Brasil “Lula construiu um milhão, eu construí 2 milhões e 750 mil ... Se continuar assim, até 2018, podemos equacionar o déficit habitacional”, disse. A presidente também criticou a posição dos presidenciáveis Aécio Neves e Marina Silva (PSB), onde, segundo Dilma, ponderam nos debates que, caso sejam eleitos, não utilizarão recursos do governo federal para a construção das moradias. “Me preocupa a visão que está aparecendo cada vez mais, é que não pode haver subsídio. Que subsídio é mau, que tudo tem que ser feito a preço de mercado”, afirmou, questionado como as famílias de renda de R$ 1,6mil podem pagar as despesas de casa, transporte e comida todos os meses. “Quem é contra e está querendo reduzir, mesmo que gradualmente, na prática, não cumprem e querem acabar com o programa. Ou tem subsídio dado pelo Governo e aplicado pelos bancos públicos ou não tem programa habitacional”, finalizou. Bastidores Políticos aliados ao PT, como o governador do Estado, Cid Gomes (Pros), o secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes (Pros); o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros),o vice-presidente do PT Nacional, José Guimarães, o candidato ao Senado Federal, Mauro Filho (Pros), entre outras lideranças acompanharam a comitiva da presidente Dilma, no conjunto residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter.