Após viagem tensa a Brasília, seguida de passagem por São Paulo, o governador Cid Gomes (PSB) retorna a Fortaleza pressionado por definição sobre o próprio rumo e o de seus aliados dentro do partido. Ontem, ele confirmou que articula com o partido em formação PROS a migração de parlamentares que desejam estar ao lado dele e da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Sobre a própria situação, voltou a ser estrategicamente impreciso: “Vamos refletir e conversar com outras pessoas, mas continuo não cogitando sair”, disse, em entrevista na capital paulista. O tom ambíguo surge em contexto de cobranças internas e externas por decisão do governador. No partido, a pressão para que ele se resolva parte da cúpula nacional, incomodada com a resistência de Cid à pré-candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Aliados no Ceará também aguardam posicionamento, já que o prazo da legislação eleitoral para trocas de partido se encerra em 15 dias. Em outra frente, a chamada “ala histórica” do PSB cearense, encabeçada por Sérgio e Eliane Novais, tenta forçar saída de Cid e corre por fora para tentar costurar candidatura do PSB ao Governo do Ceará, formando palanque para Campos. Sérgio disse que teve ontem “conversa preliminar” com a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT). Ela apenas teria ouvido relatos da situação de Cid e dito que conversaria com aliados, sobretudo a respeito da aproximação do governador cearense com a presidente Dilma. Sérgio e Luizianne voltam a se encontrar hoje, ainda no Rio, antes de a petista voltar à capital cearense. Novais disse que foi acompanhado do secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, e do deputado federal de São Paulo, Márcio França – que também estariam interessados em apostar na petista. Entretanto, a assessoria de imprensa da executiva nacional do PSB não confirmou a informação. Petistas ouvidos pelo O POVO disseram ser “bastante improvável” que Luizianne aceite convite para se filiar ao PSB. O deputado estadual Heitor Férrer (PDT), principal opositor de Cid na Assembleia, também foi sondado pelos Novais. Ele agradeceu o convite, mas já recusou, ao afirmar que não tem interesse de deixar o PDT. Fim de semana intenso Com Cid e Luizianne em Fortaleza a partir de hoje, o fim de semana deverá ser de intensas reuniões e definições sobre possível troca-troca de legendas. (Colaboraram Marcos Robério e Juliana Diógenes, especial para O POVO) E agora ENTENDA A NOTÍCIA O impasse nacional entre PT e PSB impacta no Ceará. Por causa da possível candidatura de Eduardo Campos, Dilma estará em lado oposto ao do PSB em 2014. No entanto, ela é grata a Cid pela defesa do cearense à sua reeleição. O desafio será contemplá-lo, sem deixar de prestigiar PT e PMDB. Um acordo “triplo” será possível? Saiba mais Nos bastidores, há quem diga que Dilma e Cid estão cada vez mais próximos e têm mantido conversas constantes. Ontem, em São Paulo, ele voltou a defender aliança entre PT e PSB no campo nacional e pregou candidatura à presidência do PSB somente em 2018. Ao mesmo tempo em que fez afagos à Dilma, ele criticou a aliança do PT com PMDB, principal partido aliado do Palácio do Planalto. Para ele, o acordo entre os dois partidos “nivelou por baixo e tornou a política espaço de poder pelo poder e não o poder pela causa em busca de melhora de vida da população”. Cid participou ontem do evento “Fórum Estadão Regiões”, patrocinado pelo Governo do Ceará, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
FOTO: ELZA FIÚZA/ABR
Após viagem tensa a Brasília, seguida de passagem por São Paulo, o governador Cid Gomes (PSB) retorna a Fortaleza pressionado por definição sobre o próprio rumo e o de seus aliados dentro do partido. Ontem, ele confirmou que articula com o partido em formação PROS a migração de parlamentares que desejam estar ao lado dele e da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Sobre a própria situação, voltou a ser estrategicamente impreciso: “Vamos refletir e conversar com outras pessoas, mas continuo não cogitando sair”, disse, em entrevista na capital paulista.
O tom ambíguo surge em contexto de cobranças internas e externas por decisão do governador. No partido, a pressão para que ele se resolva parte da cúpula nacional, incomodada com a resistência de Cid à pré-candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Aliados no Ceará também aguardam posicionamento, já que o prazo da legislação eleitoral para trocas de partido se encerra em 15 dias.
Em outra frente, a chamada “ala histórica” do PSB cearense, encabeçada por Sérgio e Eliane Novais, tenta forçar saída de Cid e corre por fora para tentar costurar candidatura do PSB ao Governo do Ceará, formando palanque para Campos.
Sérgio disse que teve ontem “conversa preliminar” com a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT). Ela apenas teria ouvido relatos da situação de Cid e dito que conversaria com aliados, sobretudo a respeito da aproximação do governador cearense com a presidente Dilma. Sérgio e Luizianne voltam a se encontrar hoje, ainda no Rio, antes de a petista voltar à capital cearense.
Novais disse que foi acompanhado do secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, e do deputado federal de São Paulo, Márcio França – que também estariam interessados em apostar na petista. Entretanto, a assessoria de imprensa da executiva nacional do PSB não confirmou a informação. Petistas ouvidos pelo O POVO disseram ser “bastante improvável” que Luizianne aceite convite para se filiar ao PSB.
O deputado estadual Heitor Férrer (PDT), principal opositor de Cid na Assembleia, também foi sondado pelos Novais. Ele agradeceu o convite, mas já recusou, ao afirmar que não tem interesse de deixar o PDT.
Fim de semana intenso
Com Cid e Luizianne em Fortaleza a partir de hoje, o fim de semana deverá ser de intensas reuniões e definições sobre possível troca-troca de legendas. (Colaboraram Marcos Robério e Juliana Diógenes, especial para O POVO)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
O impasse nacional entre PT e PSB impacta no Ceará. Por causa da possível candidatura de Eduardo Campos, Dilma estará em lado oposto ao do PSB em 2014. No entanto, ela é grata a Cid pela defesa do cearense à sua reeleição. O desafio será contemplá-lo, sem deixar de prestigiar PT e PMDB. Um acordo “triplo” será possível?
Saiba mais
Nos bastidores, há quem diga que Dilma e Cid estão cada vez mais próximos e têm mantido conversas constantes. Ontem, em São Paulo, ele voltou a defender aliança entre PT e PSB no campo nacional e pregou candidatura à presidência do PSB somente em 2018.
Ao mesmo tempo em que fez afagos à Dilma, ele criticou a aliança do PT com PMDB, principal partido aliado do Palácio do Planalto. Para ele, o acordo entre os dois partidos “nivelou por baixo e tornou a política espaço de poder pelo poder e não o poder pela causa em busca de melhora de vida da população”.
Cid participou ontem do evento “Fórum Estadão Regiões”, patrocinado pelo Governo do Ceará, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo.