Em torno das recentes polêmicas de gastos excessivos com o Acquário Ceará e inclusive tramitação de plebiscitos na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Fortaleza para determinar a continuidade da obra, devemos fazer uma pergunta: este é realmente um investimento necessário para o Ceará? A resposta é complexa, mas devemos ter o cuidado de manter o foco, ou seja, analisá-lo acima de questões imediatas e de interesses políticos.
O Acquário Ceará, tema de importante matéria do O POVO no último dia 7 de julho, com o título Construção do Acquário já soma gastos de R$ 52,6 milhões, é, sem dúvida, uma grande oportunidade de negócios para o Estado. Além de potencial equipamento para pesquisas científicas, por meio da parceria entre o Governo Estadual e o Labomar da UFC.
Devemos lembrar que, apesar do custo elevado da obra, orçada em US$ 150 milhões com financiamento do Ex Im Bank, o Governo do Ceará garante que o Acquário trará 1,2 milhão de visitantes por ano, dobrando o fluxo turístico do Estado, gerará receita direta de R$ 22 milhões anualmente, além de propiciar 150 empregos diretos, 1,6 mil indiretos e 18 mil empregos na cadeia produtiva. O Acquário vai ser o terceiro maior do mundo, inserindo o Estado no circuito mundial de grande ícones arquitetônicos e no turismo científico.
Diante destes resultados esperados e se de fato o Governo transformá-los em realidade, sem dúvida, o Acquário Ceará representa obra estratégica. No entanto, a população e o Poder Legislativo estão certos em fiscalizar esse investimento, cobrando transparência na prestação de contas e eficiência no gasto dos recursos públicos. Outra preocupação, ainda mais importante, é que o Governo Estadual terá que promover o equipamento no Exterior, no Brasil e dentro do próprio Ceará, para gerar fluxo de visitantes e receita, senão corremos o risco de gerar um belo e caro “Elefante Branco”.
José Anazion Lobo de Sousa
Empresário da construção civil e proprietário da Radar Topografia