Fortaleza está em pânico, anunciou, ontem, o deputado Ely Aguiar (PSDC). Durante o primeiro expediente da sessão plenária, o parlamentar criticou o programa Ronda do Quarteirão e lembrou que, em 2012, o Estado viabilizou R$ 1,4 bilhão para o sistema de segurança pública sem evitar, no entanto, o crescimento da violência urbana.
“Fortaleza está apavorada. Todo mundo ao sair de casa, sai com medo. O projeto estabelecido para dar ao fortalezense a sensação de segurança, denominado Ronda do Quarteirão, foi para o beleléu. É um programa esvaziado. As motos, antes utilizadas, foram retiradas, o número de policiais dentro das viaturas foi reduzido”, criticou Ely.
Mesmo levantando a discussão em torno do ascendente índice de criminalidade em todas as cidades do Ceará, o deputado questionou se há em curso um plano de boicote as ações do Governo. “A situação, em termos de segurança, é a pior da história do Estado. Nunca se viu isso. O Governo está procurando alternativas, mas será que o secretário não está sendo vítima de boicote”, indagou Ely.
BOICOTEAinda durante seu pronunciamento, Ely recapitulou o caso do estudante de engenharia, morto na última segunda-feira, 13, no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, vítima de uma tentativa de assalto. Segundo parlamentar, o crime ocorreu, principalmente, por falta de policiamento na região. O deputado voltou ao tema do boicote, ao afirmar que o local deveria ter policiamento ostensivo por ser muito movimentado. “Estão os policiais boicotando o programa. Os policiais estariam boicotando o trabalho do governador Cid Gomes. Me respondam?”, instigou o parlamentar.
O deputado Heitor Férrer, em aparte, destacou que a falha do programa Ronda do Quarteirão não é culpa dos policiais. “O Ronda realmente fracassou. Não por conta dos policiais, mas do projeto em si. Desde o início relatei que este projeto não daria certo”.
Para o deputado Vasques Landim (PR), o gargalo da segurança pública é reflexo da falta de uma política pública nacional voltada para o setor. “Se não existe no País, nos estados brasileiros a situação é pior”, avaliou.