A pedido, segundo ela, prefeita continuará à frente do PT
FOTO: SARA MAIA
Depois de arrastar o PT municipal para a oposição à futura gestão de Roberto Cláudio, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, entra agora em campo para tentar fazer o mesmo em relação ao governo Cid Gomes (PSB). Ontem, em conversa com O POVO, a petista, que presidente o partido no Ceará, disse que a sigla vai discutir o assunto na próxima sexta-feira, 21. “A Executiva Municipal já decidiu que será (oposição). A estadual vai se reunir sexta agora”, afirmou.
Luizianne também já começa a definir seu futuro político. Prefeita até o dia 31 de dezembro e dirigente partidária até novembro do ano que vem, ela disse que vai continuar à frente do partido.
A decisão, segundo ela, veio depois de reuniões com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma Rousseff, que teriam feito tal pedido.
Sobre a vida pessoal, a prefeita confirma que deverá ir para um mestrado no Rio de Janeiro, mas que não deverá perder o contado com a política da Capital do Ceará. Manter-se vinculada a Fortaleza também teria sido um pedido de Lula e Dilma.
O encontro de sexta próxima será o primeiro depois das eleições, passados mais de 50 dias. A demora e a decisão sobre os rumos da legenda vem dividindo opiniões no PT. Enquanto o deputado federal Artur Bruno cobra que a legenda se reúna ainda este ano, demais lideranças do partido já encaram como certo que a questão ficará para 2013.
“Tem muita gente do partido que já viajou. Acho que, se marcar agora, não vai dar nem quórum”, diz Joaquim Cartaxo, vice-presidente do partido no Estado.
Em análise sobre as consequências da disputa entre PT e PSB na Capital, Cartaxo afirma que não há nada que leve o partido a romper com o governo Cid Gomes (PSB) no âmbito estadual.
“O que houve foi uma questão de disputa em nível municipal, como aconteceu em outros Estados. Infelizmente perdemos em Fortaleza, mas isso faz parte da política”, avalia. Ele adianta, no entanto, que o partido deverá ter agenda intensa a partir do próximo ano, quando inicia o processo de sucessão da Executiva Estadual petista.
Já o deputado estadual Antônio Carlos (PT) afirma que é importante que o partido se reúna e consolide voz de oposição ao governo no Estado. “Se não tivermos a perspectiva de fazer oposição, podemos desistir de buscar o governo em 2014”, diz. Ele afirma, no entanto, que também acredita que as discussões sobre o assunto devem ocorrer só ano que vem. Erros e acertosEm contrapartida, o deputado federal Artur Bruno (PT) cobra que Luizianne Lins (PT), presidente da legenda no Ceará, convoque reunião ainda este ano. “É inconcebível que um partido da importância do PT termine o ano sem uma avaliação dos seus dirigentes. Será um prejuízo para o partido se não acontecer esse ano”, afirma. Ele afirma que – mesmo que não seja discutida a questão do PSB no Estado –, os petistas precisam avaliar os erros e acertos da legenda na disputa em 2012. (Bruno de Castro e Carlos Mazza)