Deputados José Albuquerque, Fernanda Pessoa, Júlio César Filho e Sérgio Aguiar conversam durante sessão de ontem. Apesar do consenso de que a presidência deve ser do PSB, siglas disputam os outros cargos da Mesa
FOTO: RODRIGO CARVALHO
A distribuição das vagas leva em conta o número de representantes que os partidos políticos e os blocos têm na Casa
A luta por um espaço na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa está fazendo com que alguns partidos se unam em blocos. Ontem, o deputado Lula Morais (PCdoB) subiu à tribuna para anunciar que o seu partido se unirá a outras 11 legendas no intuito de garantir número suficiente de parlamentares para requerer alguns cargos na Mesa Diretora, isso porque, a distribuição dessas vagas leva em conta o número de representantes que partidos e blocos têm na Casa.
Por enquanto, nenhum partido está reivindicado a vaga de presidente da Assembleia, pois o consenso é que este cargo pertence ao PSB, partido que mais elegeu deputados na atual legislatura, 11 ao total. Porém, há um outro cargo bastante cobiçado, o da 1ª secretaria, atualmente, ocupado por José Albuquerque (PSB), nome indicado pelo governador Cid Gomes para ser o próximo presidente da Casa.
O ofício dando conta do novo bloco foi entregue ontem. Lula Morais disse que seu partido resolveu se unir a um bloco maior para que, juntos, tenham mais força de garantir espaço na Mesa Diretora da Assembleia e nas comissões técnicas que sofrerão algumas mudanças com a eleição da nova Mesa. Hoje, o PCdoB participa de um bloco junto com o PRB, PTB, PSL, PHS, PMN.
Agora serão 12 partidos ao todo: PCdoB, PRB, PTB, PSL, PHS, PMN, PSDC, PTN, PV, PMDB, PRP e PTdoB. Juntas, essas legendas possuem 18 representantes na Casa, o que garantirá, de acordo com Lula Morais, quatro vagas na Mesa Diretora da Assembleia. Os nomes mais cotados para assumirem essas vagas são: Tin Gomes (PHS), Manoel Duca (PRB), Neto Nunes (PMDB) e Ely Aguiar (PSDC).
De acordo com Lula Morais, o deputado Tin Gomes é o indicado para assumir a 1ª secretaria. O deputado Ely Aguiar argumenta que o novo bloco merece tal cargo por ser forte e eclético, entendendo que deve haver uma divisão dos principais cargos da Mesa Diretora, pois considera que o partido do governador Cid Gomes, PSB, não pode "ser dono de tudo".
Sustentação
Além disso, Ely Aguiar aponta que os 12 partidos que formarão esse novo bloco são da base aliada do governo e dão sustentação política ao governo de Cid Gomes e ao prefeito eleito, deputado Roberto Cláudio (PSB). O deputado confirma que o nome mais cotado para ocupar a 1ª secretaria, entre os que pretendem formar o bloco, é o do deputado Tin Gomes e que eles, desde já, apoiam o nome de José Albuquerque para a presidência da Casa Legislativa.
O deputado Roberto Mesquita (PV) disse que seu partido resolveu fazer parte do novo bloco para ter espaço na Casa, visto que o PV elegeu apenas dois deputados: ele e Agostinho Moreira. Atualmente, a legenda não participa de nenhum bloco. O parlamentar disse ter plena consciência de que os partidos que formarão esse bloco são da base de apoio do governo, embora ele, Roberto Mesquita, seja oposição à atual administração.
Diálogo
O deputado Danniel Oliveira (PMDB), cujo partido também fará parte do novo bloco, disse que o apoio dessas legendas é ao deputado José Albuquerque para que seja o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, acreditando que o pessebista não terá dificuldades de ser eleito na Casa. Sobre os demais cargos da Mesa Diretora, o peemedebista defendeu diálogo para a escolha dos nomes que ocuparão essas vagas.
De acordo com o Regimento Interno da Assembleia, em seu artigo 118, "o bloco parlamentar tem existência circunscrita à Legislatura, devendo o ato de sua criação e as alterações posteriores serem apresentadas à Mesa para registro e publicação".