Passada a disputa, o concreto agora é que Roberto Cláudio vai ter que arregaçar as mangas e trabalhar muito. Se não bastasse o desafio de ser prefeito de uma cidade cheia de problemas e desigualdades, será ainda o prefeito da Copa. Um desafio que traz consigo boas oportunidades. Oportunidades como as que já vêm sendo discutidas pela mídia, sociedade organizada e governo de cunho econômico, de mobilidade urbana e de infraestrutura básica. Queria, no entanto, discorrer sobre uma não menos relevante: a oportunidade de gerar uma corrente
de participação do cidadão fortalezense. Eleições acirradas movimentam a paixão dos eleitores e por isso mesmo os fazem se engajar. A Copa de Futebol é um ingrediente a mais nesse contexto. Cabe ao novo prefeito aproveitar a oportunidade e criar condições para que o engajamento persista e mais do que isso contagie a todos.
Creio que sua primeira tarefa é dar mostras aos fortalezenses que tem identidade própria. Mais do que apadrinhado por um ou outro, ele é agora credenciado por mais da metade dos eleitores fortalezenses. Isso é que vai contar daqui pra frente. Será isso que permitirá que escape dos estereótipos de rejeição que predominaram nessa eleição. Tem que ser o prefeito de todos.
Tenho escrito sobre o papel do homem público na tarefa de liderar um movimento de melhoria de postura do cidadão em relação à cidade. Precisamos de um animador, um educador social, enfim, um líder. Roberto Cláudio terá a sua oportunidade para fazer isso. A campanha e a vitória serviram para mostrar que ele tem luz própria. Afinal, se estamos a falar de oportunidades, não podemos deixar de reconhecer que ele aproveitou a que lhe apareceu. Nem todos conseguem ver o cavalo selado. Menos ainda são os que nele montam. Espero que consiga elevar o nível da política municipal, da administração pública e que consiga criar esse senso de engajamento. Vasco Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.ta e professor universitário