Maior colégio eleitoral do Ceará depois de Fortaleza, a disputa pela Prefeitura de Caucaia roubou a cena ontem na Assembleia. Após insinuação de seu envolvimento com organizações criminosas em reportagem da revista IstoÉ, o deputado e pré-candidato a prefeito do Município, Naumi Amorim (PMB), rebateu acusações e se disse perseguido por adversários no pleito.
A reportagem, publicada na última sexta-feira, 15, aborda supostas intenções do Primeiro Comando da Capital (PCC) em financiar campanhas políticas no interior do Ceará. Segundo a revista, o grupo financiaria mais de dez candidatos a prefeito em todo o Estado.
A matéria insinua que a pré-candidatura de Naumi Amorim à Prefeitura de Caucaia seria uma das que teriam vínculos com a organização criminosa. A matéria também acusa o deputado, que lideraria pesquisas no Município, de possuir folha corrida com 148 processos na Justiça, sendo dois deles por homicídio.
“Denúncia plantada”
Apresentando documentos de nada consta na Justiça, o deputado negou ontem responder a quaisquer processos na Justiça. O deputado destacou sua origem de empresário e negou ter qualquer relação com o PCC.
“Eu não sei nada de PCC, não sabia nem do que se tratava”, disse o parlamentar. “Esta denúncia foi plantada na revista por adversários da minha candidatura em Caucaia, que querem me derrubar”, diz.
Afirmando que irá processar a IstoÉ por “calúnia gravíssima e maldosa”, Naumi apresentou ontem pedido que a Assembleia instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suposta participação do PCC em campanhas políticas do Estado.
O deputado disse ainda ter ficado, após veiculação da matéria, preocupado com a segurança de sua família.
Marcada para limpar a pauta do Legislativo, sessão de ontem na Assembleia acabou tendo boa parte da manhã tomada por fala de Naumi. Diversos parlamentares falaram em apoio ao deputado, com o presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PDT), oferecendo apoio legal para esclarecer o caso.
Com cerca de sete nomes cotados como pré-candidatos, disputa em Caucaia promete ser uma das mais acirradas de 2016. (Carlos Mazza)