A movimentação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em Fortaleza contou com a presença de deputados da oposição.
Esse foi o primeiro que a Dra. Silvana (PMDB) participou. A deputada estadual, que já havia se manifestado pelo impedimento da petista na tribuna da Assembleia Legislativa, disse acreditar que esse é o momento ideal para a realização de manifestações, por causa da abertura do processo.
Para ela, que é do mesmo partido do presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ), responsável pela abertura do impeachment e também investigado pela Operação Lava-Jato, os movimentos “Fora, Cunha” e “Fora, Dilma” são “um só”. Silvana defende que não só Cunha, como “mais gente tem que sair (do poder)”.
O mesmo pensa o também deputado estadual Carlos Matos (PSDB), que defende que “tem que cair os dois”. Para ele, no entanto, o mais importante não é que a presidente sofra o impeachment. “Se ela conseguir se defender e ficar, é bom para o País; se ela cair também é bom. Eu quero a definição”, afirmou.
Matos não foi o único tucano presente no protesto. O deputado federal Raimundo Gomes de Matos participou de todas as manifestações pelo impeachment desde ano, que foram quatro.
Em entrevista, Gomes de Matos destacou a importância de defender que o movimento é democrático. “É triste ver o governo e outras lideranças dizendo que nós queremos descumprir a Constituição. Não se trata disso, não se trata de golpe”, argumentou.
Se o processo de impeachment for aceito pela Casa e a Dilma sofrer o impedimento, quem assume a presidência da República é o vice Michel Temer (PMDB). Do partido de Temer, o deputado estadual Leonardo Araújo recua quando questionado sobre as pedaladas fiscais, também assinadas pelo vice-presidente.
“O presidente Michel não está sendo motivo de impeachment nesse momento, mas a presidente Dilma”, respondeu o peemedebista. Para o parlamentar, o que está levando a população às ruas não são as pedaladas, principal desvio que sustenta o pedido de impedimento de Dilma, mas “a corrupção que se espalhou pelo PT”. (Letícia Alves - Especial para O POVO/ Wagner Mendes)