Ao prestar contas, ontem, na Assembleia Legislativa do Ceará, das ações da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), o titular da pasta, Delci Teixeira, afirmou que o Estado irá contratar mais 4,2 mil Policiais Militares, de 2016 e 2018, bem como dar apoio às famílias de policiais vítimas de violência. DELCI TEIXEIRA Antes de enfrentar o plenário, em entrevista à imprensa, Delci minimizou a crise na Segurança do Estado, diante dos últimos acontecimentos, que tem elevado a sensação de insegurança, com a morte de um policial e chacina de 11 jovens na Grande Messejana, fatos que fomentarem nos últimos dias, na Assembleia, o debate acerca da atuação da pasta no Ceará. Ontem, a discussão, na Casa, durou mais de quatro horas. “A situação do Estado está razoavelmente tranquila. Sabemos que o índice de criminalidade realmente é alto, sabemos que a sensação de segurança foi agravada por essa boataria toda que surgiu, mas os índices estão caindo, embora, para aqueles partidários de o quanto pior melhor, digam que não estão caindo e procurem desmoralizar nossos números”, disse o secretário. Conforme Delci, a redução de homicídios foi de mais de 10% no mais recente levantamento . “Sabemos que ainda é muito alto. Ainda não é na quantidade, nem na velocidade que todos nós queremos”, admitiu. CurióSobre a chacina, o secretário assegurou que a recomendação do governador, assim como a sua, é que seja investigado com maior “rigor possível”, que “não se esconda nada” e leve esses casos as “últimas consequências”. “Foi uma ação criminosa, descabida, desmedida. Nós encaminhamos, hoje (ontem), esses casos à Controladora Geral de Disciplina (CGD). O secretário, afirmou que apesar de não “não haver comprovações”, “há indícios” de participação de policiais na chacina. “Se configurado a participação de policiais, será decretado à prisão imediata de quem participou”, disse. Força NacionalDelci afirmou ainda que vê com certas “ressalvas” a presença da Força Nacional Ceará, como tem sido requerido por alguns parlamentares estaduais e federais. “Nós temos uma boa polícia, que tem dado respostas. O índice de criminalidade é alto, mas também o é em diversos estados”, salientou. CivilAntes de ser sabatinado pelos parlamentares, Delci afirmou, ainda, que o grande gargalo da Segurança, diz respeito na Polícia Civil, em razão do efetivo reduzido. E afirmou que, existe um curso, já em fase final, que vai aumentar o efetivo da Polícia Civil em 778 novos policias, além de delegados e escrivães. “Temos delegacias que fecham no final de semana, porque não tem delegado”, reconheceu, pontuando que isso traz uma dificuldade grande na apuração dos casos. “Trago meu reconhecimento aos profissionais de segurança do Estado. Está havendo uma dedicação muito acima do que foi exigido. A razão principal disso, é porque eles estão sendo valorizados. Temos nossas dificuldades, muitas coisas a serem corrigidas’, completou. AçõesDas ações realizadas na área, segundo o secretário, o aporte no efetivo policial aumentou em 1.022 policiais militares, 252 praças, 33 oficiais bombeiros, 202 oficiais, além de ter havido a formação recente de médicos legistas e peritos. O secretário também frisou que foram colocadas duas bases de helicópteros da Coordenadoria Integrada de Ações Aéreas (Ciopaer) em Juazeiro e em Sobral. Os planos são de mais duas bases, uma em Russas e outra em Quixadá. CobrançasOs parlamentares cobraram ao secretário mais ações no interior do Estado tanto quanto ao aumento de efetivo, intensificar o policiamento nas dívidas. Na capital, por exemplo, o deputado Ferreira Aragão (PDT) propôs ocupação de bairros mais perigosos de Fortaleza, bem como blindagem mais eficiente de viaturas da PM. O deputado Capitão Wagner (PR) afirmou ainda que apresentará a Delci, pedido de investigação da existência de milícias e grupos de extermínio na PM do Ceará.