O governador Camilo Santana (PT) apresentou, na manhã de ontem, o Plano Estadual de Convivência com a Seca, durante sessão na Assembleia Legislativa. Segundo o chefe do Executivo Estadual, o plano, que é dividido nos eixos de segurança hídrica, segurança alimentar, benefícios sociais, sustentabilidade econômica e conhecimento e inovação, pretende gastar mais de R$ 620 milhões em ações emergenciais de combate à seca no Estado. Outros quase R$ 5,5 bilhões deverão ser investidos a médio e longo prazos em ações estruturantes em parceria com a União.
LEIA TAMBÉMCogerh: reservatórios do Estado estão em nível críticoAs ações a curto prazo se resumem ao fornecimento de carros-pipa, construção de Estações de Tratamento de Água (ETAs), adutoras, poços, Sistema de Abastecimento de Água (SAA), transferência hídrica, segurança alimentar, benefícios sociais e sustentabilidade econômica. O governo pretende, ainda, melhorar a operação da estação de bombeamento do açude Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e interior.
O conjunto de ações emergenciais apresentadas pelo governo pretende minimizar os danos causados pela estiagem que castiga o Estado do Ceará. Dos últimos cinco anos, em quatro deles as chuvas no Ceará ficaram abaixo da média histórica, que é de 800 mm.
Na soma dos anos de 2010, 2012, 2013 e 2014, a média ficou em 625 mm. Conforme previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgada em janeiro de 2015, o Ceará tem 64% de chance de ter mais um ano de seca.
Para Expedito Nascimento, presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), o plano foi muito bem recebido por ter feito um retrato da situação do Estado e elencado as prioridades. “Eles (governo) estão planejamento independente da seca ou não, ou seja, vai ser um trabalho continuado. É um plano muito técnico”, disse.
A expectativa do presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), Luiz Carlos Ribeiro de Lima, é que “esse plano venha atender boa parte dos pontos e propostas que a Fetraece apresentou ao governador durante audiência do dia 10 de fevereiro”.
Segundo o presidente, a Federação levou uma pauta de reivindicações que considera importante como alternativa de convivência no semiárido, como, por exemplo, a perfuração e instalação de poços voltados para o abastecimento de água no meio rural e a continuidade dos programas de construção de cisternas de placas, entre outras medidas.
SERVIÇO
Assembleia Legislativa
Endereço: Av. Desembargador Moreira, 2807 - Dionísio Torres
NÚMEROS
19,03%
é o percentual de reserva de água no Estado do Ceará, atualmente
R$ 6 bi
serão gastos pelo Governo do Estado e União em combate à falta d´água
55
municípios estão em situação de urgência, emergência ou alerta
Saiba mais
147 reservatórios relevantes representam 90% da capacidade de 18,8 bilhões de m³ da reserva hídrica superficial do Estado.
As sedes de 32 municípios cearenses, onde residem mais de 400 mil habitantes, encontram-se em Situação de Urgência.
23 municípios cearenses, onde residem 284.672 mil habitantes, encontram-se em Situação de Emergência ou de Alerta.
O Plano de Convivência com a Seca é baseado em um modelo de gestão institucional integrado, e considera cinco eixos de atuação que agregam ações emergenciais e estruturantes.
Em quatro dos últimos cinco anos, a precipitação pluviométrica no Ceará ficou abaixo da média histórica.
A Câmara dos Deputados aprovou projeto que torna lei a Política Nacional de Combate à Seca. O texto segue para o Senado. Proposta lista diversas ações que caberão ao poder público, como o mapeamento dos processos de desertificação e degradação ambiental e a criação de um sistema integrado de informações de alerta quanto à seca.