Para o próximo ano, a categoria reivindica reajuste de 16,7%, mas o governo deve conceder apenas 6,58% da inflação de janeiro a dezembro
FOTO: TUNO VIEIRA
A 20 dias da mudança do novo governo, servidores públicos estaduais lançaram, ontem, na Assembleia Legislativa do Ceará, a campanha salarial 2015. Para o próximo ano, a categoria reivindica reajuste de 16,7%, que corresponde a 6,58%, da inflação de janeiro a dezembro, mais a soma das diferença do PIB cearense e nacional dos de 2011 a 2014, corrigidos.
Ana Maria Cunha, diretora do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec), explica que a reivindicação salarial 2015 se baseia no compromisso feito, em 2010, pelo governador Cid Gomes, de que o reajuste dos servidores seria composto pela inflação, mais a diferença entre o crescimento econômico do Estado e do País.
Todavia, a coordenação do Fuaspec afirma que a diferença do PIB não foi repassada aos servidores. "Hoje o Estado do Ceará lidera o crescimento do Nordeste, mas o resultado desse crescimento não está sendo compartilhado com os servidores", destaca a coordenação do Fórum.
Conforme a entidade, em 2011, o PIB cearense superou a média nacional em 1,6%; em 2012, superou em 3,7% e em 2013 ficou pouco acima de 1%, representando no total mais de 6% de ganho real.
Apesar do índice reivindicado, a categoria estipula que o reajuste salarial proposto pelo governo será de apenas 6,58%, o que corresponde a inflação de janeiro a dezembro, deste ano. A Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) informou que o reajuste dos servidores estaduais será tratado em "momento oportuno", pelo atual chefe de Estado, Cid Gomes, e o governador eleito Camilo Santana.
Mais reivindicações
Além do aumento salarial com ganho real, os servidores pleiteiam a realização de concurso público, reestruturação das tabelas salariais, revisão da terceirização no serviço público, respeito ao funcionamento da Mesa de Negociação Permanente (MENP Central), bem como a criação e efetivação das mesas setoriais em todas as secretarias e liberação automática dos dirigentes sindicais dentre outras.