Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Há uma estratégia muito claramente desenvolvida na campanha de Mauro Filho, do Pros, que participou ontem da sabatina do Grupo de Comunicação O POVO com os candidatos ao Senado Federal. Enquanto o principal adversário, tucano Tasso Jereissati, vangloria-se de sua independência e autonomia, ele, Mauro, entusiasma-se para falar do apadrinhamento à sua candidatura do governador Cid Gomes, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. Assim o fez em várias oportunidades, algumas até sem muito gancho para tal, oferecendo a quem assistia uma chance real de compreender uma das grandes diferenças entre os comportamentos eleitorais dos dois postulantes que lideram as pesquisas. Evidentemente que existem razões para crer como importante fazer uso da forte influência que os três líderes podem exercer na decisão de voto dos cearenses, mas há necessidade de algo mais do que isso. Por exemplo, a discussão que se fez, provocada pelos entrevistadores, acerca da real disposição do candidato de cumprir seu mandato no Senado, caso eleito, considerando sua trajetória de várias eleições sucessivas como deputado estadual e, na prática, pouco tempo de permanência real na Assembleia. Há quem considere isso menos relevante, mas o cidadão se sente mais seguro em votar em quem lhe transmite confiança na possibilidade de tornar real o que promete em campanha. Estar no mandato é condição para que isso aconteça.