FOTO:MAURI MELO
O candidato ao Senado Mauro Filho (Pros) prometeu que, se eleito, defenderá reajuste anual do programa Bolsa Família nos moldes como é feito o reajuste do salário mínimo. Mauro foi sabatinado, ontem, por jornalistas do Grupo de Comunicação O POVO e falou sobre projeto que libera igreja de alvarás, tributações e projetos para o Senado.
“Quero assegurar o Bolsa Família não só na sua condição atual, mas também na sua ampliação e numa política de reajuste, porque poucas pessoas sabem que o salário mínimo tem uma lei que define o reajuste anual, o Bolsa Família não tem”, afirmou o candidato. Mauro não entrou em detalhes sobre como será feito o reajuste automático, mas prometeu tratar do tema em seus programas eleitorais.
Troca de partido
Mauro Filho foi indagado se, em uma eventual reforma política, seria a favor da fidelidade partidária. Ele reforçou que a questão já está em prática e minimizou as diversas mudanças de partido ao lado dos irmãos Ferreira Gomes. Assim como Cid e Ciro Gomes (Pros), Mauro já foi do PMDB, PSDB, PPS e PSB.
“Diferente de outros políticos, a alteração de partidos tanto minha como do Ciro e de Cid sempre se deu em condições adversas. Porque normalmente o politico muda de partido para ter benesses. Com as nossas saídas, nossas convicções não foram alteradas. Pelo contrário, nós saímos para posições inferiores”, defendeu.
Questionado sobre qual seria a consistência ideológica e política do Pros, Mauro reforçou defesa pela redução de impostos no País. “Esse é o eixo do Pros. Quando você reduz (os impostos), você reduz o preço e a população compra mais”, destacou. Perguntando se essa não é uma bandeira comum entre partidos, ele disse que “os outros falam só em tese”, no Pros “é claramente definida”.
Impostos
O deputado estadual ressaltou também sua atuação na aprovação do Supersimples, lei que reduz carga tributária para microempreendedores aprovada por Dilma Rousseff (PT) e que teve como relator o ex-aliado Eunício Oliveira (PMDB). No entanto, Mauro destacou a participação apenas do senador cearense José Pimentel (PT).
Sobre sua gestão na Secretaria da Fazenda, o candidato negou a afirmação de que a implantação da substituição tributária estaria causando pagamento duplo de impostos a empresários e comerciantes. “A substituição tributária tem um fator importante para dar igualdade de condições no comércio porque antigamente uns pagavam e outros não pagavam”.
Mauro disse que, se eleito, proporá emenda constitucional para que seja instituído imposto sobre lanchas e aeronaves particulares. “É uma questão de Justiça. O cara que ganha menor salário, ao pagar o imposto de consumo, está pagando mais do que uma pessoa de alta renda”, frisou.
Alvarás de igrejas
O candidato reforçou defesa de projeto de lei – de sua autoria – que libera igrejas e centros religiosos da necessidade de alvarás de funcionamento e fiscalização de ruídos. Segundo o parlamentar, a medida não prejudicará a regulamentação dos locais, apenas impedindo a intervenção na liberdade de culto.
O projeto foi apresentado dias depois da primeira pesquisa de intenção de voto O POVO/Datafolha que mostrou baixo desempenho da chapa de Mauro entre o setor evangélico. “Faço por convicção. Não é por questão eleitora,l porque o que acontece no Brasil e no Ceará é que, quando um prefeito briga com o padre ou briga com o pastor, ele manda fechar o culto”, disse.
Apesar de trecho de sua lei instituir a liberação de espaços religiosos da fiscalização de ruídos, o deputado reafirmou que a norma – na prática – não atrapalha o controle urbano. Ele destacou que a lei estabelece a criação de conselhos nas cidades que deverão mediar a relação entre as igrejas e a prefeitura.
Questionado se levará a proposta para o Senado, Mauro disse que a ação estadual corrobora com o que estabelece a Constituição Federal. No entanto, se houver alguma dúvida na interpretação da Carta Magna, está pronto para defender a proposta no Senado também.
Campanha
Mauro destacou apoio da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Lula e disse não saber por que o adversário Tasso Jereissati (PSDB) “tem vergonha de dizer que apoia o Aécio Neves”.
Indagado sobre a ação de prefeitos do Interior que pedem votos para Dilma, Camilo Santana (PT) e Tasso ao invés de inclui-lo na chapa, Mauro minimizou o fato, alegando serem casos raros.
Concurso para médicos
O candidato prometeu que seu projeto de instituir uma carreira de estado para os médicos “vai definitivamente resolver o problema da falta de profissionais no Interior”.
Já que a proposta remete à realização de concurso público, Mauro foi questionado sobre como o Governo do Ceará poderia realizar concurso se o último foi feito em 2006 e há alegações do atual governo de que não contrata porque precisa obedecer ao limite de gasto com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O candidato negou que exista ação contrária do governo a concursos públicos e defendeu que o candidato ao governo Camilo Santana tem boas perspectivas quanto ao crescimento do PIB do Estado com ações como a implantação da refinaria que viabilizá recursos a serem aplicados em áreas como saúde e educação.
Universidades
Mauro foi indagado sobre a promessa de viabilizar recursos para construção de cinco universidades estaduais diante da ameaça de greve dos professores por causa da falta de investimento do Governo e do déficit de profissionais.
Ele afirmou que tratou do assunto com Dilma quando ela esteve no Ceará e ela sugeriu que se focasse na construção de três universidades. “Requalificar é uma proposta minha, mas o que vai para o meu programa é o que ela assinou apoiar caso seja eleito”, disse Mauro.
O candidato defendeu os investimentos do governo de Cid no ensino superior e disse que o concurso para professores cobrado “está indo para a Assembleia Legislativa” e “já está na Procuradoria”. “Há uma disposição de se fazer o concurso e o Cid vai fazer”, defendeu.
Pai
Mauro disse que, mesmo em outra chapa, Mauro Benevides tem “bem definida” a escolha para o Senado.
Ronda
Ele se esquivou de dizer quanto o Governo investiu no Ronda e disse que o programa foi prejudicado pela greve policial de 2012.
Taxação
Mauro Filho defendeu a decisão de estabelecer a taxação de inativos aprovada pela Assembleia após reforma da Previdência.
Multimídia
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ENTREVISTADORES
CLÁUDIO RIBEIRO
Repórter Especial do O POVO
ÍTALO CORIOLANO
Editor adjunto do Núcleo de Conjuntura
PLÍNIO BORTOLOTTI
Diretor Institucional do O POVO
RUY LIMA
Apresentador da TV e da rádio O POVO CBN
Próxima sabatina
19/SET
Geovana Cartaxo (PSB)