Como forma de pressionar o Governo do Estado, estudantes, professores e servidores em greve de universidades estaduais do Ceará paralisaram o trânsito na avenida Antônio Sales, por 40 minutos da tarde de ontem. O protesto deu continuidade ao ato realizado na Praça da Imprensa.
Ontem, encerrou-se o prazo dado pela Assembleia Legislativa (AL) para apresentar o resultado da reunião entre uma comissão parlamentar e o governador Cid Gomes. Entretanto, o encontro foi adiado para a tarde de hoje, quando devem ser apresentadas as contrapropostas do Governo para colocar fim à greve.
Os docentes reivindicam melhor estrutura física das instituições, Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e realização de concurso.
A greve das instituições estaduais completa 88 dias hoje. Em 17 de setembro último, Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca) começaram a aderir à paralisação.
Professor do departamento de História da Urca, Fábio Queiroz explica que as negociações estão fluindo. Na última segunda-feira, o governador recebeu uma comissão de professores e estudantes no hotel Marina Park. Segundo o docente, o encontro discutiu cinco reivindicações.
“Esta conversa com o Cid mostra que a ocupação na Assembleia teve um efeito positivo”, considera. A ocupação do prédio da AL teve início em 28 de novembro e seguiu até o último seis de dezembro. Após acordo, os acampados desocuparam o espaço.
Greve
Na próxima terça-feira, 17, três assembleias serão realizadas nos campi das universidades estaduais, informa Marcelo Ramos, estudante do curso de História da Uece. O universitário conta que a expectativa da categoria é de que o governador ceda e negocie de “forma satisfatória” com os grevistas.
“Ele quer que a gente ponha fim à greve e, no dia seguinte, diz que assina nossas reivindicações urgentes. Mas precisamos de uma garantia de que ele vai mesmo fazer isso (cumprir o acordado)”, explica.