Segundo o deputado Heitor Férrer, uma informação recebida pela comissão formada pelos parlamentares e ainda não confirmada é de que o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) não está abrindo prontuários para atender novos pacientes, incluindo quem vem do Interior. “Seria um prejuízo grande, porque a unidade perderia a dinâmica. O HGF é um centro de alta complexidade, as pessoas que precisam do atendimento devem ter acesso”, relata Férrer.
A assessoria do hospital nega a informação e afirma que o corpo clínico faz o acompanhamento diário dos pacientes que chegam à emergência, realizando triagens para identificar os atendimentos prioritários. Outra informação negada é a de que houve redução no número de cirurgias eletivas para que os leitos fossem ocupados por pacientes transferidos do “piscinão”.
Na Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública, a médica Mayra Pinheiro diz receber pacientes que tiveram cirurgias desmarcadas no HGF. “Converso com pessoas que estavam esperando há três anos e receberam a informação de cancelamento da cirurgia com dois ou três dias de antecedência”, relata.
Mayra acrescenta que os plantões dos últimos dois domingos foram “caóticos” na emergência. “Os dois andares estavam cheios de pacientes nos corredores. Eu estava lá e vi morto misturado com vivo, criança misturada com adulto. Encontramos pessoas que passavam das 24 horas sem alimentação. Os profissionais passaram por grande agonia”, narra. Com a ida dos pacientes para o primeiro andar, o HGF ganhou um “varandão”, disse uma funcionária do hospital. (Thaís Brito)