Você está aqui: Início Últimas Notícias Entidades defendem criação de parque ecológico para revitalizar o Cedro
O debate levantou questionamentos sobre o impacto ambiental na região com a especulação imobiliária, levando em conta também a ocupação de universidades federais, sendo ainda denunciada a situação de abandono e a urbanização desregulada.
Segundo o presidente dos Movimentos Sociais de Defesa do Cedro, Augusto Lúcio de Freitas, com mais de 100 anos de construção, o local nunca passou por revitalização. “A gente está articulando, junto ao município, para transformar em um projeto de ecoturismo, criar um parque ecológico na área”. Augusto Lúcio afirmou que, além das más condições de vida para quem vive no entorno, o problema afeta o desenvolvimento do turismo no município.
O diretor do Instituto de Convivência com o Semiárido Brasileiro, Osvaldo Alves, apresentou cinco propostas para minimizar impactos no Cedro: “Regulamentação do perímetro da área; formação de Termo de Ajuste de Conduta (TAC); formação do Conselho Gestor de Preservação do Patrimônio; formação de termos de parceria para manutenção da área; estruturação do Plano de Manejo do Agrupamento Galinha Choca como unidade piloto para demais conjuntos e convênio de comando da área com entidade civil do Conselho Gestor.
Em relação à ocupação das universidades na região, o diretor do Campus da UFC em Quixadá, Davi Romero de Vasconcelos, defendeu que as instituições são “guardiãs do meio ambiente”. “São feitas campanhas de revitalização, já houve projetos de extensão de limpeza do açude, há projetos para integrar a comunidade que mora lá. Estamos instalados no sentido de contribuir, fazendo o que é mais essencial para aquele povo, que é dar educação e oportunidade”, frisou.
O secretário do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, fez apresentação sobre a Unidade de Conservação Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá, acompanhado da gestora daquela UC, Luzilene Sabóia. Ele enfatizou a presença das universidades como forma de preservação e lembrou que o açude concorre ao título de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco). Ainda conforme Artur Bruno, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), com participação de 11 instituições, para pensar medidas de conservação na região.
O prefeito eleito de Quixadá, Ilário Marques, reforçou que a implantação das instituições de ensino foi a maneira de preservar e garantir a área. “A agressão ambiental está na invasão irregular de povoados e chácaras, que não possuem projeto de uso adequado, nem saneamento”, pontuou.
Também participaram da audiência o procurador do MPF de Quixadá, Francisco Alexandre de Paiva Forte; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (CAOMACE) do MPCE, Jacqueline Faustino; representantes da Semace, do Dnocs, do Iphan, da Feclesc/Uece em Quixadá, da Associação de filhos e filhas, amigos e amigas de Quixadá e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quixadá.
CF/CG