O parlamentar afirmou não imaginar que, após anos, a fome voltasse a assolar o Brasil de forma tão acelerada. De acordo com o deputado, o País já foi referência no combate à pobreza, reduzindo significativamente esse quadro nos últimos anos e, em 2014, chegou a sair do Mapa da Fome. “O que nos deixa preocupados é que os indicadores começaram a declinar, de 2016 para cá. Os dados do Brasil no Mapa da Fome são preocupantes”, lamentou.
Acrísio Sena afirmou que a “alta desenfreada” nos preços dos alimentos está diretamente associada ao crescimento da fome no Brasil. O deputado destacou informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), indicando que 55% do orçamento familiar, no Nordeste, é direcionado para a alimentação, o que explica o problema a ser enfrentado. E destacou os avanço dos preços. “O arroz, alimento tão importante para a gente, só em 2020, aumentou cerca de 40%. Muitas pessoas dependeram exclusivamente do auxílio emergencial, mas aproximadamente 38% dos domicílios não tiveram sequer essa ajuda”, acrescentou.
O parlamentar destacou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, divulgados em setembro último, mostrando que a fome chegou a mais de 10 milhões de brasileiros, em 2017, o que corresponde a 5% da população. Acrísio Sena lamentou que a pesquisa aponte ainda para um aprofundamento dessa realidade em 2020, em decorrência da pandemia na renda das pessoas. “Mesmo com isso, o presidente disse que não era verdade que alguém passasse fome do Brasil”, lembrou.
O deputado enfatizou ações do governador Camilo Santana durante a pandemia. Citou programas como o Mais Infância, Mais Nutrição, cartões Vale Alimentação para mais de 400 mil crianças da rede de ensino e botijões de gás para famílias vulneráveis. “Precisamos de mais ações. É preciso que a equipe econômica do Governo Federal faça um programa que ajude nesse combate à fome e pobreza, pois só ações estaduais não adiantam”, ponderou.
Acrísio Sena cobrou também a criação de um programa de renda mínima para a população e a oferta de crédito, por parte dos bancos públicos, para pequenos e microempreendedores fortalecerem seus negócios. O parlamentar citou ainda ações dele em conjunto com outros parlamentares para auxiliar trabalhadores, como os do transporte complementar e de vans escolares.
O deputado Nizo Costa (PSB), em aparte, observou que no interior o impacto da alta dos preços de alimentos, como carne, arroz, óleo e outros, tem sido sentido ainda mais pelos moradores que possuem menor renda. Ele ressaltou também iniciativas do Governo do Estado durante a pandemia. “Foram várias ações do Estado. Vemos no interior pessoas utilizando os benefícios de vales, recebendo botijões de gás, isenção de contas de luz, de água, sem falar de benefícios aos trabalhadores do transporte alternativo”, disse o deputado, lembrando ainda os investimentos na saúde no Estado.
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