A parlamentar comentou o caso envolvendo um rapaz de 20 anos do município de Tianguá, que foi atropelado por caminhão e precisa fazer uma cirurgia no braço. Segundo a deputada, a primeira parte do procedimento foi realizada de forma eficaz pela rede pública, e o rapaz agora aguarda transferência para o Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza, para finalizar o procedimento.
“O rapaz foi procurado por um médico que disse que ele poderia esperar mais de um ano nessa fila e propôs que, por um valor entre R$ 21 mil e R$ 30 mil, um ‘colega’ realizasse o procedimento, pela rede privada, em Sobral. O médico informou que a cirurgia era urgente e que deveria ser realizada no prazo de 15 dias”, explicou.
Dra. Silvana questionou a postura desses profissionais que cooptam pacientes nos corredores do Sistema Único de Saúde (SUS) e propôs uma investigação para descobrir, entre outras coisas, quem são eles e os motivos que levam os pacientes a serem atraídos para esses esquemas.
A deputada lembrou que essa “máfia da ortopedia” não é algo novo e que o Ceará já foi palco de escândalo envolvendo o desvio de R$ 1,8 milhão. “Falta fiscalização efetiva e cadeia para esses infratores. Minha proposta é que, com essa comissão, possamos chegar ao fundo dessa questão. É inadmissível pressionar a população a pagar por uma coisa caríssima que é custeada pelo Estado”, criticou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) considerou que a CPI poderia ser uma comissão especial, ou comitê, nos moldes do Comitê Cearense de Prevenção de Homicídios na Adolescência, formado por parlamentares e representantes de entidades da saúde, sejam civis, do Estado ou município.
“Poderíamos realizar estudos e chegar aos gargalos que impedem ou atrasam as cirurgias, assim como chegar até esses profissionais e ir além, atuando de forma propositiva no sentido de engajar parlamentares e até o Estado na melhoria desse serviço e na punição dos infratores”, observou.
PE/AT