“Um bom transporte coletivo, seguro e confortável, é o que faz o cidadão deixar seu carro na garagem”, diz o presidente da Comissão de Viação, Transporte e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa, deputado Heitor Férrer (PDT), ao endossar o posicionamento da maioria dos internautas.
Ainda segundo o pedetista, o trânsito de carros só vai diminuir se houver mais conforto no transporte público de massa. “O melhor transporte público de massa se chama metrô, e não temos em Fortaleza um que funcione nos moldes dos existentes na Europa, ou até mesmo em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo”, ressalta Heitor Férrer.
O deputado Ferreira Aragão (PDT) também concorda com a maioria dos internautas, destacando que a melhoria dos serviços de transporte público beneficia toda a coletividade, desde que haja uma mudança de mentalidade da população em relação ao uso do carro.
“Com certeza, a qualificação dos transportes públicos é extremamente benéfica para o desenvolvimento urbano, mas isso precisa ser acompanhado de estímulo ao uso”, acrescenta o parlamentar. Ferreira Aragão observa que os transportes públicos são vistos de forma estigmatizada e preconceituosa por muita gente. “Precisamos estimular a mudança de cultura exclusivista do uso de carro”, assinala.
Para o engenheiro civil e professor associado da Universidade Federal do Ceará (UFC) Mário Ângelo Nunes de Azevedo Filho, o resultado da enquete é animador, mas precisa ser ponderado. “É positivo que a maioria das pessoas mostre disposição para deixar os seus carros em casa em prol de um melhor serviço de transporte público. Mas precisamos nos perguntar o que essas pessoas, muitas já inseridas em uma cultura do uso exclusivo do carro, entendem por um transporte público de qualidade, já que seus padrões de conforto, por exemplo, são bem diferentes”, salienta o professor.
Mário Ângelo destacou ainda a ênfase que a Prefeitura de Fortaleza tem dado, ultimamente, à questão da mobilidade urbana, e defendeu mais estímulo ao uso do transporte público. “Talvez essas pessoas que estão dispostas a trocar o uso dos seus carros pelo transporte público elevem o grau de exigência para a melhoria desse serviço, fazendo com que mais pessoas passem a usá-lo. Consequentemente, com menos carros nas ruas, o ciclo de congestionamentos fica mais ameno, o trânsito flui melhor, propiciando até que se baixem os custos dos transportes públicos”, observa Mário Ângelo.
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