Você está aqui: Início Últimas Notícias Infectologista Keny Colares tira dúvidas sobre variante Delta no Conexão Assembleia
Para o especialista, também consultor da Escola de Saúde Pública do Ceará e professor-pesquisador em virologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), os meses de setembro e outubro serão decisivos para confirmar ou não um aumento de pessoas contaminadas.
"A gente está vivendo um momento meio paradoxal. Estamos no melhor momento, mais ou menos parecido a setembro e outubro do ano passado, em que os indicadores eram melhores, mas, ao mesmo tempo, no panorama mundial, vemos essa variante chegando e uma elevação de casos e de mortes, como Estados Unidos, Inglaterra e Portugal", alertou Keny Colares.
Mesmo diante do aumento de contágios e de mortes, em decorrência da variante Delta, o infectologista ressaltou que ainda não é consenso que doses adicionais das vacinas resolverão o problema. Conforme observou, não há muita certeza do ponto de vista mais científico, se é necessário e também operacional, se temos condições de vacinar com uma terceira dose se ainda não conseguimos vacinar pessoas nem com a primeira dose. "São duas coisas complexas", refletiu.
Ao responder a uma pergunta do deputado Heitor Férrer (SD) em relação às variantes e ao risco de uma terceira onda, Keny Colares destacou que é imprescindível um melhor ritmo de produção e de distribuição das vacinas.
O infectologista explicou que o grande desafio é o acesso às vacinas. “Temos uma população enorme e uma produção aquém do necessário. A distribuição entre os países não é igualitária, existem países com mais vacinas do que gente. No Brasil, apesar de pontualmente haver o negacionismo, boa parte da população nas pesquisas tem mostrado interesse na vacina, mas elas estão chegando a conta-gotas, e isso dificulta demais", avaliou.
Keny Colares também detalhou por que é tão importante para a contenção do vírus a realização de testes para Covid-19 tão logo a pessoa apresente sintomas tais como febre, tosse ou coriza. "Os testes são muito importantes. Uma das consequências práticas de quando o teste vem positivo é dar a certeza que aquela pessoa precisa ser afastada. E, como a transmissão começa uns dois dias antes dos sintomas, é preciso fazer o teste logo. A fase em que a pessoa mais contamina são os primeiros dias”, observou.
Ao identificar alguém com o vírus, todos aqueles que moram com a pessoa devem ser testados, segundo o médico. “Estima-se que 20% a 40% têm a Covid e não têm sintomas, mas transmitem a doença. A gente não consegue controlar a pandemia se focar só em quem tem sintoma", esclareceu.
Para o médico, a redução no número de mortes por Covid-19 depende de três fatores. O primeiro é a rapidez na vacinação; o segundo é o rastreamento de casos positivos e de contatos, que é um processo ainda pouco desenvolvido no Brasil. Por fim, também é necessária a adoção do uso de máscara, do distanciamento social e da higienização das mãos.
Conexão Assembleia é um programa multiplataforma da rádio FM Assembleia (96,7MHz), apresentado pela jornalista Kézya Diniz, transmitido nas redes sociais da Assembleia Legislativa do Ceará, no Youtube e no Facebook, às segundas-feiras, a partir das 8h. A produção é veiculada também na TV Assembleia, às segundas-feiras, às 20h30. O programa fica disponível ainda no podcast da rádio FM Assembleia. Basta procurar o canal nas principais plataformas de áudio, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.
PE/AT