O conflitoteve início após a denúncias de corrupção reveladas pelo WikiLeaks em março de 2011 e contou com protestos em favor da democracia. O governo respondeu com as forças de segurança abrindo fogo contra os manifestantes. A população se revoltou contra a atitude e exigiu a renúncia do presidente Bashar al-Assad.

Com a intensificação da guerra, os partidários de oposição adotaram a utilização de armas para se defender e livrar suas áreas das forças de segurança do governo porque Assad prometeu “esmagar” o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros". A violência aumentou rapidamente e o país entrou em guerra civil.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento com base no Reino Unido e uma rede de fontes na Síria, registrou as mortes de 387.118 pessoas até dezembro de 2020, entre elas 116.911 civis. O número de mortos não incluiu 205.300 pessoas que estavam desaparecidas e presumidamente mortas, incluindo 88 mil civis que teriam morrido em prisões administradas pelo governo.

Bashar al-Assad contou com o apoio da Rússia e do Irã. Já os Estados Unídos, Reino Unido e a França inicialmente ajudaram os grupos contrários a al-Assad. Entretanto, priorizaram a assistência não bélica quando os jihadistas se tornaram a força dominante na oposição armada contra o governo.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, a guerra deixou mais de 2,1 milhões de civis feridos ou permanentemente incapacitados. Antes dela, a Síria tinha uma população de 22 milhões de pessoas, no entanto, metade foi obrigada a deixar suas casas. Cerca de 6,7 milhões de pessoas estão desabrigadas no país, muitos deles, vivendo em campos temporários.

Ana Carolina Matos é doutora em Direitoe mestre em Ordem Jurídica Constitucional pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem graduação em Direito e especialização em Direito Processual Civil, ambas pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

Produzido por Helenir Medeiros e apresentado pelo jornalista Renato Abreu, o Questão de Ordem vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 19h30. O programa também é transmitido pela rádio FM Assembleia (96,7MHz), de segunda a sexta-feira, às 22h.

LV/LF