Em entrevista à FM Assembleia, a coordenadora da célula de Terapia Ocupacional do Departamento de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa (DSAS), Lucila Bomfim, esclarece que o acolhimento emocional é um recurso que deve ser utilizado para o melhor entendimento do que se passa individualmente.

Ela explica que a mudança de rotina, bem como o medo e incertezas em relação ao futuro, geram um impacto negativo na saúde mental da população, aumentando casos de ansiedade e estresse. "O distanciamento vem seguido por uma mudança brusca na rotina, o que gera em algumas pessoas casos de ansiedade, melancolia e tristeza", considera.

Ainda de acordo com a terapeuta, a ansiedade, quando atinge um nível acima do considerado ideal, oportuniza ao indivíduo a perda de controle de suas emoções. "O momento atípico exige de nós um processo de adaptação e uma atenção maior com a nossa saúde mental'', defende.

Lucila esclarece que o acolhimento emocional é uma prática que deve ser oferecida por pessoas capacitadas. Esse apoio requer a consideração de duas diretrizes que são fundamentais para que o auxílio gere resultados positivos. “Primeiro, é escutar empaticamente. Fazer com que seus órgãos e sentidos estejam envolvidos no acolhimento, a fim de captar os sinais emitidos pelo outro de formas intencional ou não. A segunda coisa é exercitar a paciência no tempo da escuta, pois cada pessoa terá um tempo diferente ao falar de suas angústias e dificuldades".

A prática do acolhimento emocional, entretanto, não deve ser invasiva. “Jamais. É necessário escutar as pessoas sem pressioná-las a falar, esperar o tempo delas”, alerta Lucila, ressaltando ainda que “para que cuidemos do outro, precisamos cuidar primeiramente de nós, para que possamos estar aptos a exercer o cuidado”.
PE/LF/Com FM Assembleia