Heitor Férrer quando chegava para votar, na manhã de ontem, acompanhado da família e do candidato a vice-prefeito, Alexandre Pereira. Ainda estava otimista quanto à possibilidade de ir para o segundo turno da disputa
FOTO: TUNO VIEIRA
O candidato do PDT à Prefeitura de Fortaleza, Heitor Férrer, chegou ao seu local de votação, no Colégio Justiniano de Serpa, no Centro da Cidade, por volta das 9h30, acompanhado do seu vice, Alexandre Pereira (PPS), da esposa, dos dois filhos e de seus assessores. Disse que estava confiante que iria para o segundo turno, alegando que pesquisas internas do partido mostravam crescimento de seu percentual de intenção de votos nos últimos três dias. "Chegamos com a emoção de que estamos no segundo turno, as pesquisas eleitorais não nos tiraram a emoção em nenhum momento", destacou.
"Pela história da cidade de Fortaleza que tem um voto independente e libertário nós temos a convicção que por conta da nossa ascensão nesses últimos três dias, vamos estar no segundo turno para disputar a Prefeitura de Fortaleza", salientou, lembrando que possuia um dos menores índices de rejeição. "Portanto, candidato que ascende e que tem menor índice de rejeição a estatística e a história tem mostrando que é candidato vitorioso", alegou.
Partidária
Questionado caso não passasse para o segundo turno quem iria apoiar, Férrer informou que essa é uma decisão partidária, que passa pelo diretório e não pelo candidato, assegurando que vai seguir a posição do PDT. "Mas como estamos convictos que estamos no segundo turno, essa possibilidade inexiste. Não vamos pensar em quem vamos apoiar no segundo turno, vamos buscar apoio no segundo turno".
Se fosse para o segundo turno, Heitor Férrer deixou claro que qualquer apoio seria bem-vindo, mas não respondeu quem apoiaria numa segunda etapa do pleito, reiterando que o seu partido é quem tomará tal decisão. "Sempre disse isso, nós estamos no segundo turno aqueles que querem nos apoiar, todos serão bem-vindo, até porque quem dirige a política pública do Município é o prefeito. Os partidos que dão apoio político e administrativo apenas dão a governança daquilo que o gestor quer fazer", avaliou.
O pedetista argumentou que em 2004, a atual prefeita da Capital cearense, Luizianne Lins, tinha 11% das intenções de voto, mas ao final da apuração conquistou nas urnas 22,8%, "negando as pesquisas eleitorais e o PT tinha pesquisa interna que mostrava que era diferente do que estava sendo exposto à sociedade", comentou o postulante.
De acordo com Férrer, no segundo turno a disputa é zerada para se ter mais isonomia. Ele avaliou que a distribuição do tempo na TV e rádio para o programa eleitoral gratuito é algo que e desequilibra o processo eleitoral, entendendo que "os candidatos das máquinas", que possuiam os maiores tempos, estavam na frente nas pesquisas justamente por causa desse desequilíbrio.
"De 10 candidaturas, seis comparecem às urnas sem ter a emoção que o processo democrático deva dar. As pesquisas norteiam e muitas vezes terminam fazendo com que eleitores busquem quem vai ganhar. A nossa candidatura se manteve e as nossas pesquisas internas diferem das pesquisas que estão expostas", analisou.
Debate
Na opinião do pedetista, o último debate veiculado na televisão, pela TV Verdes Mares, foi "muito importante", pois além das chamadas diárias para o debate, que começaram cinco dias antes, conforme observou, pesou também a audiência. "Isso foi um divisor de águas e de lá para cá, a nossa curva de pesquisas internas tem ascendido, ou seja, ela está sempre crescente", considerou, acreditando que o debate pudesse ser mais um fator que o ajudaria a garantir o segundo turno, lembrando que tinha um dos menores índices de rejeição. Férrer não enfrentou fila para votar. Antes de digitar seu voto, concedeu entrevista, cumprimentou alguns eleitores e recebeu palavras de apoio.Cals diz que não há frustração
Marcos Cals, no Náutico Atlético Cearense, manhã de ontem esperando para votar. Ele ainda se dizia otimista com a campanha FOTO: ALCIDES FREIRE
Marcos Cals (PSDB), apesar de não ter confiado nas pesquisas que mostraram sua candidatura entre os últimos postulantes, não questionou o resultado dos diagnósticos apresentados, ainda que tenha dito que em 2010, as mesmas pesquisas se enganaram quanto à sua posição no quadro eleitoral. Segundo ele, não existe frustração com o seu partido ou com qualquer liderança partidária durante toda a campanha tucana.
O prefeiturável, que votou no Náutico Atlético Clube, chegou pontualmente às 9 horas, e se dirigiu para sua seção, de número 232, no entanto, por algum tempo ficou no espaço destinado para eleitores especiais e teve que voltar para a fila. "Desculpem. As pessoas podem achar que eu estou furando fila", brincou o tucano. Como é de costume, o prefeiturável, antes de ir votar, foi a uma missa, pedir bênçãos ao santo de que é devoto, São Francisco, para surpreender no segundo turno.
No Náutico foi grande a presença de idosos. Acompanhados ou sozinhos, faziam questão de exercer o direito do voto. Alguns, inclusive, tinham dificuldades para subirem as escadarias do equipamento, mas ainda assim, ultrapassavam mais este obstáculo para puderem participar do pleito. A presença de turistas justificando a ausência em suas sessões também foi expressiva no Náutico.
Para Marcos Cals, as eleições deste ano estiveram dentro do esperado, sem embates mais agressivos, com proposições por parte de todos os dez candidatos. No entanto, acredita que suas propostas são as que têm maiores possibilidades de serem realizadas durante o mandato na Prefeitura. "Temos propostas claras, objetivas e inovadoras para o Município. Até porque temos 30 anos de vida pública e certa experiência que nos permite ofertar um plano de governo objetivo para toda a população", salientou.
Pesquisas
O prefeiturável disse que não questiona pesquisas, e que fala somente em cima de fatos, por isso esteve confiante em sua ida para o segundo turno. Citou por exemplo, a eleição para governador do Estado em 2010, quando as pesquisas o apontavam entre os últimos postulantes, e ele ficou em segundo lugar, com 20% das intenções de votos. "Não vou questionar as pesquisas, mas depois, se você vier me perguntar, eu faço um histórico dessa eleição", disse.
Assim como os demais candidatos, após votar, Marcos Cals, visitou algumas seções de Fortaleza, e no início da tarde, esteve acompanhando a votação do candidato a vice-prefeito, Fernando Hugo. Em seguida, se dirigiu para a produtora do partido para ver o resultado da apuração dos votos.
E voltando a falar sobre as pesquisas, sempre lembrando de quando foi candidato a governador, no pleito passado, e reafirmou entrevistas por diversas vezes dadas ao Diário do Nordeste, para enfatizar que enquanto não existir um resultado diferente da eleição de 2010, iria afirmar estar no segundo turno das campanhas. "Depois, se o resultado for diferente, eu tiro o chapéu e venho falar com vocês", disse.
Questionado sobre o futuro político, caso não fosse eleito prefeito de Fortaleza, o tucano ressaltou que não iria fazer análises em cima de hipóteses, afirmando que Deus estava no comando de tudo, e que por isso estava tranquilo. "Não existe frustração com o Marcos Cals. Sou um homem tranquilão, de bem com a vida, sem ranço, sem nada", comentou.
Segundo disse, diferente do que mostraram as pesquisas, a sensação que teve quando abordou os eleitores nas ruas de Fortaleza, foi de que o eleitorado estava ao seu lado, e isso tinha estimulado a permanecer na campanha. "É por isso que sempre mantive a posição de estar no segundo turno". Para ele, na Câmara Municipal, pelo menos dois nomes irão assumir uma das 43 vagas existentes para a próxima Legislatura.
Tucanos admitem que nos próximos dias, Marcos Cals, como presidente estadual do partido, convocará uma reunião da direção para fazer uma avaliação dos resultados de Fortaleza e dos demais municípios do Estado do Ceará.