Capitão Wagner consegue a maior votação dada a um candidato a vereador de Fortaleza, nas últimas eleições municipais
FOTO: RODRIGO CARVALHO
O candidato do PR, Capitão Wagner foi o campeão de votos na disputa por vaga na Câmara Municipal de Fortaleza. Ele recebeu 43.655 sufrágios, representando 3,49% do eleitorado que compareceu às urnas em Fortaleza. Foram eleitos um total de 43 vereadores, dois a mais que a atual composição do Legislativo Municipal. A posse dos eleitos vai acontecer no dia primeiro de janeiro de 2013.
O último eleito para a Câmara Municipal, Márcio Cruz, conquistou 3.193 votos, beneficiado com a sobra dos votos dados ao Capital Wagner. O total de votos válidos para o Legislativo Municipal, segundo o relatório do Tribunal Regional Eleitoral foi 1.249.166. A abstenção somou 258.202 votos ou 16,02%.
No dia 1º de janeiro de 2013, cerca de 19 novos vereadores assumirão a função de parlamentar para a próxima Legislatura. A representação de partidos políticos também irá mudar, pois algumas legendas que não têm espaço na Casa, atualmente, passarão a ter. PSD, PSDC, PSC e PMN são as siglas que passarão a ter representatividade no Legislativo Municipal, a partir do próximo ano na Câmara Municipal de Fortaleza.
Bancadas
De todas as legendas da Casa, somente o Partido Republicano Trabalhista Brasileiro (PRTB) é a única agremiação que não terá representantes na próxima Legislatura. O PSD, partido que começou suas atividades no ano passado, conseguiu eleger um dos dois candidatos que estavam concorrendo no pleito do domingo, neste caso, o comediante Paulo Diógenes, que conseguiu 4.423 votos. Apoiando a candidatura majoritária de Roberto Cláudio (PSB), a legenda esteve coligada com o PSDC, que elegeu dois vereadores: Tamara Holanda, com 5.562 votos e Vaidon (4.423).
No entanto o fenômeno da eleição proporcional em Fortaleza foi o número expressivo de votos do candidato eleito, Capitão Wagner (PR), que obteve a impressionante pontuação de 43.655 votos, o que ajudou o PR a fazer mais dois nomes: Adelmo Martins e o presidente do Sindiguarda, Márcio Cruz. Depois de Capitão Wagner, a maior pontuação foi do peemedebista Vitor Valim, com 29.952.
Os dois foram os únicos que se elegeram sem a computação de votos das legendas. Depois deles, com o maior percentual de votos estão: João Alfredo (PSOL), com 20.222. Leonelzinho Alencar (PtdoB) e Adail Júnior (PV) vem logo em seguida, com 14.486 e 13.695, respectivamente.
O Partido Trabalhista Cristão (PTC) também conseguiu eleger três candidatos, porém, nenhum dos atuais representantes da legenda na Casa Legislativa conseguiram se reeleger. Dois dos futuros vereadores eleitos pelo PTC foram votados com nomes esquisitos como: A Onde É, com 6.042 votos, e o BA com 5.011. Cláudia Gomes com 7.464 votos é a ocupante da terceira vaga do PSC. Ela é esposa do atual vereador Marcílio Gomes (PSL). O PSC foi outro partido que, atualmente, não tem nenhuma representação no Legislativo Municipal fortalezense e que na próxima Legislatura, será representado por quatro nomes: Wellington Saboia, presidente da legenda em Fortaleza, Marcos Aurélio e Eologio Neto e Benigno Júnior.
O PSOL, do candidato a prefeito Renato Roseno, partido que faz forte oposição à gestão da prefeita Luizianne Lins, conseguiu eleger dois candidatos a vereador. O atual representante da sigla na Câmara, João Alfredo, ficou em terceiro lugar no quadro geral de eleitos, com 20.222 votos, e Toinha Rocha, com 5.134 também foi eleita.
O PMN é o outro partido que volta a ter um representante na Casa, com Zier Férrer. O último representante do partido, Mário Hélio, foi eleito em 2008, mas cedeu sua vaga para Marcílio Gomes, quando se elegeu deputado estadual.
Os vereadores Luciram Girão (PMDB), Marcus Teixeira (PMDB), Paulo Gomes (PMDB), João Batista (PRTB), Eron Moreira (PV), Martins Nogueira (PSB), Irmão Léo (PHS), Valdeck Vasconcelos (PTB), Plácido Filho (PDT), Carlinhos Sidou (PV), José Freire (PTN), Gerôncio Coelho (PtdoB), Eliana Gomes (PcdoB), Ciro Albuquerque (PTC) não se reelegeram. Outros quatro vereadores não tentaram reeleição.
O PMDB permanecerá com a maior bancada da Câmara, pois fez quatro candidatos para a próxima Legislatura. Assim como ele, PT e PSC terão quatro representantes na Casa, seguidos de PTN, PR e PTC, com três nomes, cada. PV, PSL, PDT, PTdoB, PSOL, PSB e PSDC terão dois quadros. PHS, PRB, PSDB, PP, PCdoB, DEM, PSD e PMN elegeram, cada uma das agremiações, somente um vereador cada.
Acompanhado de sua mãe, mulher e filhos, o candidato Inácio Arruda (PCdoB) chegou às 10h ao seu local de votação, na Escola Estadual Antônio Dias Macedo, onde, segundo ele, teve início a sua carreira política, ainda na adolescência. Também estavam presentes o candidato o vice na sua chapa, Chico Lopes, os presidentes estadual e municipal do PCdoB, o deputado estadual Lula Morais e militantes. Antes da votação, todos se reuniram em um café-da-manhã na casa da mãe de Inácio, que fica nas proximidades da escola.
Inácio Arruda, que iniciou a campanha na segunda posição na preferência do eleitorado, com 15% das intenções de voto, segundo o Ibope, chegou ao dia do pleito, na sexta posição, com apenas 2%. Sobre o resultado da última consulta, Inácio criticou mais uma vez os institutos de pesquisa, que para ele "não têm ingenuidade" e acabam funcionando com "instrumento de campanha".
Votação
Antes de votar, Inácio cumprimentou mesários e eleitores. O clima era de tranquilidade na escola. Porém, mesmo com poucas pessoas esperando para votar na sua sessão, o candidato do PCdoB entrou no recinto sem aguardar na fila, o que deixou alguns eleitores incomodados. Depois de votar, Inácio cumprimentou a todos que aguardavam sua vez.
Segundo Inácio, a maior dificuldade enfrentada neste pleito foi ter saído sem coligações. "Sempre é mais difícil, numa eleição em que criam-se polarizações", afirmou em referência às candidaturas de Roberto Cláudio (PSB) e de Elmano (PT).
Sobre a sua participação num eventual segundo turno, Inácio afirmou que essa será uma discussão feita entre as lideranças partidárias, nos planos nacional, estadual e municipal. "Tudo isso se reporta também ao desenho que nós vamos ter depois que abrem as urnas", disse.
Questionado se apoiaria algum dos candidatos das "máquinas", de cujos partidos o PCdoB é aliado no plano nacional, Inácio disse apenas que não poderá descartar essa hipótese. "Evidentemente que nós fazemos política. Nós somos de um partido político muito entranhado na vida política do Brasil, desde sempre, e vamos estar posicionados do ponto de vista da política. Discutindo nacionalmente. Nosso partido tem fortes relações nacionais tanto com o PT, como com o PSB, como com o PMDB, que estão apoiando a presidente Dilma", afirmou.
Mesmo isolado e com a queda nas pesquisas, Inácio acredita que sai fortalecido desta campanha, principalmente dentro do seu partido.
O candidato à prefeito pelo PSTU, Francisco Gonzaga, votou com tranquilidade, ontem, às 8 horas, na Escola Creusa do Carmo Rocha, no Bairro Granja Portugal. Ele reforçou que não vai apoiar candidato na segunda fase das eleições. Além de seus assessores, o prefeiturável também estava acompanhado dos candidatos a vereador, Fernando Saraiva e Francisca da Silva. O postulante passou menos de cinco minutos na fila e levou cerca de 15 segundos para confirmar a votação.
Morador do bairro Granja Portugal, o prefeiturável conhecia muitos dos eleitores que estavam aguardando a sua vez de votar. Com isso, ele fez questão de andar um pouco pela Escola Creusa do Carmo Rocha para conversar com a população.
"Desde do inicio dos nossos trabalhos, nós não apoiamos ninguém. Por isso, agora, não vamos modificar a nossa estratégia. Dessa forma estamos saindo da campanha reconhecidos como a oposição de esquerda", afirmou o candidato.
Para ele, a sua candidatura foi fortalecida, pois conseguiu atingir um percentual de eleitores que acreditam em suas propostas. "Nesse período aumentamos até o número de filiações ao partido. Agora os trabalhadores querem conhecer o PSTU".
Luta
O prefeiturável também destacou que a sua campanha foi importante para apresentar a população de Fortaleza as suas propostas, que tinham como destaque ser um governo popular. "As nossas expectativas são boas, pois a luta dos trabalhadores vai seguir adiante e o partido vai sempre apoiá-los".
Gonzaga acredita que a sua candidatura conseguiu crescer porque teve um programa classista e socialista que tinha como objetivo governar com a participação dos trabalhadores. "Com o dialogo conseguimos despertar politicamente boa parte da população com que tivemos contato. Nós sabemos que nem tudo se resolve apenas com a eleição e por isso temos que continuar unidos", destacou o candidato.
Do lado de fora da Escola Creusa do Carmo Rocha, a movimentação de pessoas era intensa logo no inicio da manhã de ontem. Dentro da instituição, a situação era a mesma e as filas eram grandes mesmo antes das seções darem início à votação. Isso acabou tirando a paciência de alguns eleitores.
Para fugir do sol forte as pessoas aproveitavam qualquer espaço nas sombras das árvores ou do próprio teto da escola. Por isso os eleitores ficavam muito próximos dos outros e era difícil para qualquer um saber onde ficava o fim das filas.
O problema acabou gerando muitas dúvidas em relação ao local das seções. Quem mais ajudou os populares que não encontravam o seu local de votação era o vigilante que trabalhava na própria escola.