O número de pessoas ajudando na campanha de Roberto Cláudio não aumentou, mas ativistas se dividem para ir a mais pontos da Capital
FOTO: FABIANE DE PAULA
Faltando pouco mais de uma semana para o primeiro turno dessas eleições, no dia 7 de outubro, as campanhas dos candidatos majoritários em Fortaleza estão sendo intensificadas. Além dos postulantes estarem aumentando a quantidade de atividades nas ruas da cidade, eles também estão exigindo dos militantes e ativistas uma maior presença nas ruas. É a tentativa de conquistar o voto daqueles eleitores que ainda estão indecisos e não definiram o voto.
O Diário do Nordeste percorreu os comitês eleitorais dos quatro candidatos à Prefeitura de Fortaleza que garantiram maior percentual de votos, conforme as últimas pesquisas realizadas pelo Ibope, e conversou com os coordenadores de campanha. Todos afirmam que a ideia nessa reta final de campanha é se fazer mais presente nas ruas e tentar alcançar o maior número de eleitores possível.
No comitê do candidato Roberto Cláudio (PSB), por volta das 15 horas, a movimentação era pequena. Um dos coordenadores da campanha do prefeiturável, deputado José Sarto (PSB), explica que os ativistas e os carros de som saem cedo para as ruas: 8 horas da manhã já estão todos se encaminhando para suas atividades.
Segundo ele, são cerca de 700 ativistas que ajudam a divulgar a campanha do PSB em Fortaleza. Com a aproximação do primeiro turno, garante, o número de pessoas trabalhando para a campanha não aumentou, mas em compensação os ativistas estão se dividindo para alcançarem mais pontos da Capital cearense. Segundo Sarto, dobrou o número de locais em que os ativistas de Roberto Cláudio estão fazendo bandeiraço e distribuindo material de campanha.
Debates
A agenda do candidato também teve de aumentar o ritmo, conforme salienta o coordenador da campanha. De acordo com Sarto, o candidato Roberto Cláudio está fazendo mais caminhadas e comícios na cidade, mas também tem se dedicado bastante aos debates que ocorrem não apenas nas emissoras de televisão, como também aqueles produzidos por universidades e outros segmentos.
Para José Sarto, é natural que a campanha se intensifique mais ao passo em que se aproxima o dia da eleição. Fazer com que a campanha esteja mais presente nas ruas é motivado, segundo ele, pelo crescimento do candidato nas pesquisas e também pelo fato de que a população está "acordando agora" para a eleição, observado que até bem pouco tempo a apatia do eleitor para com o período eleitoral era bem acentuada.
Turbinar o ritmo da campanha, conforme o coordenador, é tanto para empolgar a militância como também pata conquistar o público externo, ou seja, seduzir o eleitor que ainda não decidiu em quem votar. "Essa eleição está tão diferenciada que qualquer fator delta que se coloque na campanha vai fazer a diferença", pontua Sarto.
Intensa
O número de ativistas que trabalha na candidatura de Moroni Torgan (DEM) aumentou. No início da campanha, informa o administrador da campanha, Francisco Sales, eram apenas 50 ativistas e agora são 300 que se dividem para dar conta de uma campanha mais intensa, tendo em vista que está se aproximando o dia do pleito.
A agenda do candidato também está mais movimentada, segundo Sales. São mais caminhadas, mais porta a porta e mais mini-comícios, tudo para conquistar mais eleitores. Nesse ritmo, informa, o comitê inicia suas atividades a partir das 7 horas da manhã sem horário para fechar.
Conforme Sales, é normal que na reta final a campanha passe a exigir mais. "Faz parte até do entusiasmo", avalia, entendendo ser importante garantir que a imagem do candidato e as propostas cheguem ao maior número possível de eleitores, considerando que muitos deixam para refletir sobre o candidato no qual vai votar quando a eleição está mais próxima.
Dificuldade
O coordenador adjunto da campanha de Heitor Férrer (PDT), Ricardo Sales, admite que eles pretendem aumentar o número de ativistas para esses dias finais de campanha do primeiro turno, porém alega que estão tendo dificuldade. Atualmente, aponta, são 60 ativistas que se dividem em dez equipes. A intenção, revela, era quintuplicar esse número, conseguir 300 ativistas, mas alega que está tendo dificuldade. O motivo, considera, é porque muitas pessoas que aceitam trabalhar empunhando bandeiras e entregando material de campanha já estão engajadas em outras candidaturas.
Como as equipes não foram aumentadas, assegura, elas estão se dividindo para alcançar mais locais em Fortaleza. Se antes uma equipe passava o dia em um ponto da cidade, agora ela vai para dois lugares por dia, conforme esclareceu. Já os materiais de campanha e os carros de som aumentaram. Ele não soube especificar a quantidade de tiragem do material, mas, em relação aos carros de som, disse que passou de 10 para 15.
Conforme Ricardo Sales, esses itens são majorados "na medida do possível", dependendo das condições financeiras da campanha, contudo, entende ser necessário da um ritmo mais acelerado ao passo em que se aproxima o dia da votação. "As pessoas, na verdade, querem ver a campanha. Isto é fundamental: dar visibilidade ao candidato, principalmente nessa reta final", analisa o coordenador.
Comícios
Conforme o coordenador de mobilização da campanha do candidato Elmano de Freitas (PT), Roberto Gomes, o número de pessoas que trabalham na campanha e os carros de som são os mesmos, porém as atividades estão se intensificando. Duplicaram as caminhadas, aumentaram os comícios e as atividades nos comitês.
Segundo Roberto Gomes, além do comitê central, a campanha é responsável por mais seis comitês regionais. Além desses, existem os comitês setoriais e os populares que ficam por conta dos movimentos e de pessoas que apoiam a campanha. Nesses locais, de acordo com Roberto Gomes, as atividades também cresceram nessa reta final.
Reuniões
Conforme detalhou, está ocorrendo mais rodas de conversa, plenárias e reuniões, ao mesmo tempo em que o candidato vem focando em atividades setoriais, ou seja, destinadas a um tipo de público: juventude, educação, idosos, dentre outros. Segundo o coordenador, essas ações aumentaram desde a última segunda-feria, dia 24, quando faltava 13 dias para o primeiro turno.
Para Marcelo Fragozo, um dos coordenadores gerais da campanha de Elmano, é nesse período que boa parte do eleitorado perde mais a apatia com a eleição e fica mais atento aos candidatos e mais interessados em definir o voto, por isso a necessidade de dar visibilidade ao postulante.