Oito candidatos a prefeito de Fortaleza participaram de debate, ontem à noite, na TV Diário. Marcos Cals (PSDB), Moroni Torgan (DEM), Heitor Férrer (PDT), Renato Roseno (PSOL), Valdeci Cunha (PRTB), Roberto Cláudio (PSB), Elmano de Freitas (PT) e Inácio Arruda (PCdoB) responderam questionamentos sobre temas de interesse da cidade ao longo de cinco blocos. O assunto mais debatido foi segurança. No primeiro momento, os prefeituráveis responderam se as propostas e promessas que vêm fazendo no curso da campanha cabem no orçamento da Capital. Nos bastidores do debate, o clima era de cordialidade entre os candidatos a prefeito e seus apoiadores. Na ocasião, Lúcio Alcântara, que defende a candidatura de Elmano, conversava com o postulante Heitor Férrer FOTO: JL ROSA Por determinação de sorteio, o primeiro a responder a pergunta foi o tucano Marcos Cals. O candidato fez questão de destacar que faz oposição à atual gestão há oito anos, acrescentando que Fortaleza precisa de melhorias principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança pública. Segundo ele, a Capital precisa de um gestor que saiba como executar as ações. Marcos garantiu que o orçamento municipal, em torno de R$ 5 bilhões, é suficiente para executar grande parte de suas propostas. Por outro lado, disse que pretende fazer empréstimos com bancos internacionais, já que a Prefeitura tem capacidade de endividamento de até 120% da receita corrente líquida, para garantir maiores investimentos. Marcos Cals reiterou as propostas de garantir um tablet por aluno, além de disponibilizar uma ambulância para cada bairro, o que custaria, segundo ele, R$ 150 mil por ambulância. Já Moroni Torgan considerou suas sugestões "simples e "exequíveis". Ele lembrou que os R$ 5 bilhões do Município ainda devem ser acrescidos de verbas nacionais, conseguidas por meio de transferências voluntárias, e internacionais, através de empréstimos. Afirmou ainda que estão graves os problemas na saúde e na educação e de lamentar que a violência tenha crescido. Transparência Enquanto isso, Heitor Férrer salientou que tem o propósito de "ser o prefeito dos fortalezenses". Ele afirmou que a população conhece sua história e citou contribuições no Parlamento, citando o fim do auxílio paletó na Câmara e a denúncia sobre os consignados do Estado na Assembleia. "Com R$ 5 bilhões, temos condição de fazer a melhor gestão dos últimos anos", acredita Heitor. O candidato ainda prometeu maior transparência na administração. Renato Roseno diz ter feito os cálculos para provar que seus compromissos são viáveis, principalmente evitando determinados gastos. Ele criticou que a Prefeitura tenha gasto, conforme disse, R$ 127 milhões com publicidade. Além disso, Roseno disse que, caso seja eleito, vai melhorar a transparência e fazer auditorias na gestão de Fortaleza. "Utilizando transparência, vamos cumprir nossos compromissos", declarou. Valdeci Cunha lembrou que, além do orçamento municipal, o Ceará tem 22 deputados federais e três senadores para auxiliar na captação de recursos. "Há um conjunto de recursos que pode ajudar a realizar propostas". Ele ressaltou, ainda, que, na sua gestão, pretende priorizar a geração de emprego e fez críticas à atual administração de Fortaleza, acreditando que há desperdício de recursos e considerando alto o valor alocado para o gabinete da Prefeitura. Ousadia Roberto Cláudio, por sua vez, argumentou que a tarefa administrativa começa na boa gestão dos recursos. "Tem que ter ousadia para fazer projeto pra tudo e buscar parcerias", disse. Ele reiterou o compromisso do governador Cid para ajudá-lo a executar as propostas de implantar novas UPAs, policlínicas e escolas de tempo integral. Ele ainda destacou que, para a boa gestão, é preciso mobilizar a sociedade. Enquanto isso, Elmano de Freitas agradeceu o apoio do eleitorado e disse que pretende continuar avançando na mobilidade urbana e na saúde, destacando a construção do Hospital da Mulher pela atual gestão. Ele afirmou que administrar requer tomar decisões e fazer escolhas, prometendo que, caso seja eleito, vai cuidar das pessoas. Inácio Arruda acredita que o orçamento de Fortaleza garante o cumprimento das propostas que tem apresentado, mas destacou que é preciso planejamento. "Ter bons projetos, boa equipe, gente que realmente conheça a cidade", explica. Ele disse ainda que contará com o apoio da presidente Dilma e do governador Cid, pois, segundo ele, "é uma obrigação administrativa". No segundo e terceiro blocos, os candidatos responderam, respectivamente, a perguntas dos internautas e dos concorrentes. No terceiro, fizeram perguntas entre si sobre temas livres. Alguns aproveitaram para fazer críticas à atual gestão e ao PT. Heitor Férrer questionou Elmano sobre o mensalão e obras prometidas pela prefeita Luizianne. O petista disse ter orgulho de ser do PT e lamentou a insinuação de haver desvio no partido. Prometeu garantir o funcionamento pelo do Hospital da Mulher e reiterou obras da Prefeitura que estão em andamento. "Infelizmente, não tenho tempo para responder a todos que atacam o PT", declarou Elmano. Em outro momento, Marcos Cals fez questão de citar um artigo escrito em março deste ano pelo vice de Elmano, Dr Mourão, em que ele falava que a saúde vive clima de terror na cidade, pois Estado e Município estariam mais preocupados de consolidar sua patota política. Elmano chegou a pedir direito de respostas, mas não obteve por se tratar de um artigo escrito por seu vice. Nas considerações finais, Roberto Cláudio prometeu mais compromisso com educação, saúde e juventude. Moroni pediu que o eleitor avalie quem tem "pulso firme" para cumprir as promessas. Valdeci lembrou que faltam 14 dias para ao pleito e disse que, se a Prefeitura tiver respeito, a população volta a ter esperança. Elmano lamentou que candidatos só mostrem problemas e façam propostas impossíveis de serem realizadas. Renato Roseno e Inácio pediram que o fortalezense analise a história de cada candidato. Heitor prometeu independência e Marcos Cals disse querer trazer a verdadeira mudança à cidade. Militantes apoiam os seus postulantes Os candidatos a prefeito de Fortaleza compareceram à sede da TV Diário na noite de ontem, com seus assessores e alguns deles com grupos de militantes que faziam a festa diante do prédio da televisão. O primeiro grupo de militantes a chegar foi o do candidato Heitor Ferrer, animada com as músicas da campanha do candidato que eram tocadas nos sons dos vários carros da campanha. Os demais militantes chegaram praticamente com os candidatos, uma hora antes do início do debate, programado para às 20 horas. A movimentação fora do prédio da TV Diário demorou quase até o fim do debate, com quase três horas de duração. Enquanto o clima dentro do estúdio da TV entre os oito postulantes era de cordialidade e descontração, nas ruas os militantes dos prefeituráveis Roberto Cláudio (PSB) e Inácio Arruda (PCdoB) trocavam insultos e chegaram, inclusive, a se agredirem mutuamente. No estúdio só estavam os candidatos e poucos assessores de cada um. Nos intervalos esses assessores faziam comentários com seus candidatos sobre as discussões dos diversos temas, em clima de grande cordialidade. Fora, no entanto, os militantes não se mantiveram tão cordiais quanto os candidatos, pois chegaram a trocar insultos. As cenas de agressões presenciadas durante o embate entre militantes dos candidatos Inácio Arruda e Roberto Cláudio eram de confronto. Os dois lados se atacavam com as bandeiras e, inclusive, em grupo trocavam socos e corriam nas ruas no entorno da TV Diário. As versões sobre os motivos e o início da confusão, no entanto, chegavam de muitas formas, cada qual se defendendo. Os candidatos só tomaram conhecimento do confronto entre seus correligionários ao fim do debate. Roberto Cláudio disse ter pedido desculpas a Inácio e afirmou que militância é para discutir ideias e não ir para o confronto. Já Inácio Arruda lamentou o episódio e questionou a ação de alguns militantes. Descontando esse incidente, o mais foi uma festa a participação da militância de todos os candidatos. Além do apoio que era emprestado ao candidato, eles constantemente estavam balançando as bandeiras dos seus respectivos candidatos e cantando as musicas da campanha, am tempo de acompanhavam, como podiam a participação de todos os candidatos no debate.