A Comissão Especial de Acompanhamento das Obras da Transposição do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa do Ceará (Alce) encerrou o ano de 2019 com grande expectativa para a conclusão das obras. O presidente do colegiado, o deputado Guilherme Landim (PDT), comenta que se trabalha com a perspectiva de que até o mês de março isso seja efetivado, de modo que as operações no restante do ano não fiquem comprometidas.
Segundo ele, o maior desafio para a comissão no ano de 2020 é garantir que as obras não passem mais por qualquer tipo de paralisação, uma vez que as águas precisam percorrer um longo trecho via leito do rio, mesmo após sua chegada no Estado. “Precisamos que até março tudo esteja concluído, pois ao chegar no reservatório de Jati, a água precisará percorrer um grande trecho até chegar ao Açude do Castanhão, e isso precisa acontecer ainda no inverno para evitar evaporação e infiltração.Temos que continuar atentos para que nada mais atrase esse processo e água chegue ao nosso povo”, explicou o parlamentar.
Em 2019, a Comissão realizou visitas aos trechos da obra que até então estavam paralisadas, mais precisamente nos municípios de Penaforte (Transposição) e Missão Velha (Cinturão das Águas), com o objetivo de elaborar um relatório registrando todos os percalços para a conclusão das obras. “Fizemos o relatório e entregamos ao ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, em Brasília, mostrando a real situação da transposição e cobrando o pagamento e agilidade para as obras. Isso sensibilizou o Governo Federal e fez com que chegássemos a 2020 com as obras no ritmo esperado”, salientou Guilherme Landim.
Além dele, o colegiado é composto pelos deputados estaduais Antônio Granja (PDT), Júlio César Filho (Cidadania), Marcos Sobreira (PDT), Nezinho Farias (PDT), Nelinho (PSDB), Queiroz Filho (PDT), Walter Cavalcante (MDB) e Danniel Oliveira (MDB).
Cinturão
A Comissão foi criada em parte para acompanhar o desenvolvimento das obras da transposição, em parte também para cobrar do Governo Federal agilidade no repasse para o Cinturão das Águas, que levará as águas da transposição do rio São Francisco para o Cariri e para a Região Metropolitana de Fortaleza.
Na ocasião da visita feita pela Comissão, no ano passado, aos municípios de Penaforte e Missão Velha, para acompanhar o andamento das obras, os parlamentares que integram o colegiado manifestaram grande preocupação principalmente relacionada à garantia, por parte do Governo Federal, de recursos para o Cinturão das Águas.
“Hoje nós vimos que falta menos de 10% para que esse trecho emergencial, que vai levar a água do São Francisco para o Castanhão, fique pronto. Precisa de mais, pelo menos, R$ 190 milhões”, comentou Guilherme Landim, após a visita, salientando mobilização do colegiado com a bancada do Ceará no Congresso Nacional. “O que nós queremos aqui é uma união de todos, uma frente apartidária em defesa da transposição e do Cinturão das Águas.”
O deputado Antônio Granja (PDT), vice-presidente da comissão especial, já durante o mês de junho de 2019 avaliava que a previsão de chegada das águas no Ceará em março de 2020 e no Castanhão em maio é muito apertada. “Isso é muito preocupante, essa é a nossa última oportunidade. Se essas águas não chegarem, eu não sei calcular os prejuízos que o Ceará poderá ter”, reiterou.
O deputado Nelinho (PSDB), que também participou da comitiva que visitou os municípios apontou que, “se resolver a transposição e não resolver a obra do Cinturão das Águas, o Ceará não vai ser contemplado” da forma esperada. O deputado Nezinho Farias (PDT), por sua vez, reiterou a relevância de uma ampla articulação política para buscar os recursos necessários para a obra.