Você está aqui: Início Últimas Notícias Autoridades defendem estratégias para fortalecer produção de mel no Ceará
Para ele, toda a cadeia produtiva da apicultura precisa ser discutida, focando em suas principais particularidades. “A principal pauta deste segmento é a exportação, sendo fundamental a integração estratégica entre produtores, comerciantes, além dos que gerenciam e planejam esta cadeia”, salientou.
O presidente da Federação dos Apicultores do Ceará (Fecap), Irineu Fonseca, apontou que são reais os problemas de comercialização e de documentação que afetam a produtividade do segmento, mas que os apicultores são conhecedores dos desafios que se apresentam e estão engajados em enfrentar as adversidades.
“Precisamos encontrar um norte para a nossa atividade, saber para onde queremos ir, quais objetivos pretendemos alcançar. A apicultura do Ceará precisa ter claro qual nível quer atingir, porque temos problemas em todos os municípios do Estado, e é importante termos um direcionamento de ações”, avaliou Irineu Fonseca.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Flávio Saboya, o Estado está naturalmente adaptado à apicultura, não tendo muitos problemas sérios em relação ao uso indiscriminado de defensivos agrícolas. Segundo ele, o mel cearense tem um aroma e um sabor atípicos. Ele apontou preocupação, porém, com as quedas de exportação.
“Ou nos organizamos ou não vamos avançar. Nossos pontos mais sensíveis são a comercialização e a organização, que precisam ser resolvidas, com a união de todos em prol de um único objetivo, caso contrário outras pessoas vão ganhar dinheiro nas nossas costas”, assinalou Flávio Saboya.
O presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Antônio Rodrigues de Amorim, comentou que o mundo passou a produzir mel, impactando no mercado do produto.
“Um debate importante que pode ser construído está relacionado com o consumo interno do mel para o fortalecimento do mercado interno. O nosso consumo é muito baixo, e em qualquer lugar do mundo o consumo é bem mais elevado que o nosso, sendo uma variável que chama muito a atenção”, alertou Antônio Amorim.
O supervisor de Inclusão Econômica do Projeto São José, Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA), Raimundo Félix, reconheceu a queda acentuada na produção apícola dos últimos 10 anos, enfatizando que isso se deve à falta de pastos apícolas. Ele considerou fundamental investir nestes pastos, diversificando a alimentação das abelhas.
Raimundo Félix apresentou ainda os principais investimentos do Projeto São José, de 2012 a 2019. “Investimos em 55 casas de mel e dois entrepostos. Além disso vamos fazer um mutirão para termos serviços de inspeção em todas as 57 construções do projeto a serviço de grande parte dos apicultores cearenses”, destacou Raimundo Félix.
Ele acrescentou ainda que foram distribuídas 41 mil mudas apícolas para serem plantadas como compensação ambiental no Estado, para a diversificação do pasto apícola. “Foram distribuídas ainda mais de 12 mil colmeias para todo o Estado, e o número de famílias beneficiadas com todas estas ações chega a 914”, registrou.
Estiveram presentes ainda à audiência, a engenheira agrônoma da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Cristina Diniz; o presidente do Conselho Temático de Agronegócio (Conag) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Bessa Júnior; a representante da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), Celiane Freire Martins.
Também participaram do debate o presidente do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), Silas Barros; o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), José Amorim; o diretor da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Ricardo Sales; o representante do Instituto Agropolos do Ceará, Afraudízio Soares; entre outras autoridades.
RG/LF