Você está aqui: Início Últimas Notícias Caravana leva debate sobre combate à violência contra mulher ao Conjunto Ceará
A procuradora da Mulher na Casa, deputada Augusta Brito (PCdoB), destacou que a caravana tem por objetivo debater, junto com a juventude, a Lei Maria da Penha, o relacionamento abusivo, o machismo e a violência contra mulheres negras. “A importância de estar dentro da escola não é apenas trazer esses temas com palestrantes, mas, especialmente, ouvir as dúvidas dos estudantes e esclarecê-las, além de iniciar na escola a formação de um núcleo para ajudar a combater a violência contra a mulher”, acentuou.
Segundo Vládia Costa, representante da equipe técnica da Casa da Mulher Brasileira, a Regional V – que abriga o bairro Conjunto Ceará – foi responsável por 27% dos atendimentos a mulheres vítimas de violência realizados pelo órgão durante o primeiro ano de funcionamento. Os dados foram organizados pelo Athena, sistema desenvolvido no Ceará, para conhecer o perfil das mulheres atendidas. “A partir disso, temos essas informações e os perfis – em sua maioria, são mulheres desempregadas, que não têm um certo empoderamento, com idade entre 24 e 36 anos”, informou.
A diretora do Liceu, Maria do Socorro Nogueira, enfatizou que a escola tem apresentado, durante a semana, uma série de esquetes teatrais para conscientizar os alunos acerca da temática. “Mesmo a gente sabendo que é uma encenação, é muito chocante ver uma mulher sendo espancada. Acho que é importante sensibilizar meninas e meninos: as meninas, para elas não se permitirem ser agredidas, e os meninos, para que eles não agridam as meninas”, avaliou.
Conforme a professora de espanhol Tatiane Xavier, além do papel educativo, a escola exerce ainda um papel social, abarcando questões com que se lida fora do ambiente escolar. “É muito importante que eles tenham ciência desse tipo de violência, porque geralmente a violência é vista apenas na forma de agressão física, de contato, e na maioria das vezes não é. Existe também a violência verbal e psicológica, então a gente precisa trabalhar nessas outras esferas”, ressaltou.
Para Maria Alice, 17 anos, presidente do grêmio estudantil e aluna do 3º ano do ensino médio, colocar a violência contra a mulher em pauta mostra o quão importante é combatê-la. “É importante que a gente lute contra isso, porque a cada cinco minutos uma mulher é espancada, a cada 15 minutos uma mulher é morta. Então é importante que a gente ressalte que não dá para aturar a violência e não dá para passar de olhos fechados por ela”, frisou.
A segunda edição da caravana conta com a parceria do Instituto Maria da Penha; Casa da Mulher Brasileira; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Mulher; União Brasileira de Mulheres (UBM); Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e Secretaria de Esporte e Juventude.
Em sua primeira edição, a Caravana de Combate à Violência Contra a Mulher levou o tema a 22 escolas do Estado, alcançando mais de oito mil pessoas.
BD/CG