Alguns dos parlamentares que hoje integram a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) têm demonstrado crescente preocupação com o tema da erotização precoce nas escolas, assunto que tem sido discutido com maior frequência, a nível local, no último mês. O deputado Apóstolo Luiz Henrique (PP) comentou, durante sessão plenária da AL de ontem (18), sobre um pedido de audiência pública para discutir a “sexualidade na infância contida no plano de educação de Fortaleza”. A solicitação deverá ser votada hoje, na Comissão de Educação da Casa. Segundo o parlamentar, o pedido de abertura do debate surgiu após denúncias de que temas sobre sexualidade na primeira infância, identidade de gênero de crianças e outros temas, que o parlamentar julga inapropriado para a faixa etária, estariam inclusos no Plano de Educação municipal. “Eu recebi de professores, conhecidos meus, informações de que estão na pauta que receberam da prefeitura esses temas, que abordam fase oral, fase anal e fase genital. Então, queremos esclarecimentos da Secretaria de Educação quanto a isso”, pontuou. O tema tem tido destaque na Assembleia Legislativa desde o dia 3 deste mês, quando os parlamentares repercutiram uma denúncia feita pela jornalista Regina Villela, em seu canal no YouTube, de que a administração pública de Fortaleza estaria distribuindo cartilhas que tratam sobre a sexualidade na primeira infância, com informações sobre temas como “ideologia de gênero” e “autoerotismo”. Na mesma semana, a Secretaria Municipal de Educação (SME) desmentiu as informações, identificando as imagens apresentadas no vídeo divulgado como “montagem grosseira”. A administração pública abriu, ainda, uma queixa-crime na Polícia Civil, em decorrência desse caso. Projeto Apóstolo Luiz Henrique, no entanto, não é o único parlamentar da Casa que continua pautando o assunto. Um projeto atualmente em tramitação, que foi apresentado este mês pela deputada Dra. Silvana (PR), dispõe sobre a proibição da exposição de crianças e adolescentes a danças que mencionam a sexualização precoce em ambiente escolar. Em sessão plenária, após entregar a proposta, a parlamentar destacou que a ideia é sensibilizar o Governo Federal no sentido de tornar esta uma medida de alcance nacional. “Trago esse projeto, pois o que vemos nas redes sociais é uma realidade terrível, com crianças dançando funk até o chão nas escolas, cantando as letras que falam de sexo abertamente, e isso me levou a solicitar essa medida preventiva”, explicou. A deputada afirmou que o funk é um estilo comprovadamente sensual, que induz as pessoas ao sexo ilícito. “Tanto que, onde os bailes funks são comuns, também são comuns e crescentes os números de crianças que engravidam e a circulação de drogas entre elas. A grande atração do momento, por exemplo, são os shows dessa natureza, promovidos por crianças que atraem multidões enquanto cantam músicas com teor vulgar explícito”, apontou.