É uma demonstração de força importante do governador Camilo Santana (PT) chamar a base aliada para uma conversa e colocar em volta de sua mesa 39 deputados. De uma Assembleia, lembremos, composta na sua totalidade por 46 parlamentares. Por um lado é isso; por outro, o quadro não tem sido suficiente para garantir um cenário de paz absoluta no espaço do Legislativo, até pelo fato de a frente ampla formada em torno do governador também contemplar políticos que nas suas bases de origem disputam o eleitor entre si. Não raro, sob um ambiente local de grande tensão e animosidade.
O mais importante, no entanto, é que o quadro, com suas distorções aparentes, não fragilize o necessário equilíbrio e a desejada autonomia entre os poderes. Ou seja, que o apoio a um governo com o qual se concorde seja mantido a regular distância de qualquer sentido de submissão, o que poderia, neste caso sim, ser fatal à frágil democracia que ainda se batalha para construir no País de crises políticas que não parecem ter fim.
Uma oposição com força incomodadora, inclusive no aspecto numérico quando possível, é tão necessária a um bom governo quanto a construção de uma base que dê sustentação às suas iniciativas e projetos. O difícil, claro, é convencer disso quem está no exercício do poder.
GUÁLTER GEORGE