Você está aqui: Início Últimas Notícias Surto de meningite no Ceará é descartado em audiência pública na AL
Dra. Silvana, que é presidente da comissão, comentou que o debate sobre a meningite meningocócica serve para acalmar a população que, ao ver casos na mídia, se apavora pela gravidade da doença. Segundo ela, a comissão e seu gabinete receberam pessoas preocupadas com o risco de epidemia e, por isso, disseminar informação é tão importante. Dra. Silvana comentou ainda que, mesmo sem ter condições financeiras, muitas famílias estão buscando a rede particular para vacinação por estarem com medo.
Segundo os dados do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), publicado em 26 de março de 2019, o Ceará teve, até aquele momento, 52 casos confirmados de meningite, sendo sete do tipo meningocócica. Das cinco mortes registradas por meningite no Estado, três foram por meningite meningocócica, aponta ainda o relatório.
A gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Kilma Lopes, comentou que, nos últimos anos, os números de casos não apresentaram aumento significativo e, por isso, um surto é descartado. Segundo ela, na capital, a Regional 5 é a que apresenta o maior número de casos dos diversos tipos de meningite.
Em 2019, cinco casos confirmados da doença estão nos bairros dessa Regional. No entanto, segundo Kilma, os casos na Regional 5 não têm comunicação entre eles, então a região também não apresenta surto.
Representando a Secretaria da Saúde do Estado, Daniele Queiroz reforçou que não existe um cenário epidêmico de meningite ou de crescimento de casos e, consequentemente, não há recomendação de vacinação em massa. Ela indicou ainda que a vacinação da meningite C - que ganhou mais relevância nos últimos anos - é uma estratégia que teve grande impacto na redução de casos na última década.
Segundo Daniele Queiroz, todas as situações de casos da doença são acompanhadas e estudadas de perto para avaliar a melhor forma de ação, como a necessidade de quimioprofilaxia, realizada a partir da confirmação de um caso para bloquear a possibilidade de casos secundários relacionados.
Robério Leite, infectologista do Hospital São José, comentou que a doença, por suas características de letalidade e transmissão, impacta leigos e profissionais da área da saúde e, por isso, gera pânico. Ele relembrou que a partir da incorporação da vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS) com foco nas crianças, houve um declínio no número de casos em todo o País.
Recentemente, apontou Robério, a inclusão de adolescentes de 11 a 14 anos na vacinação da meningite C na rede pública tem objetivo de reduzir ainda mais os números e, por isso, a adesão desse público é essencial. Segundo Robério, a situação é de controle da doença e diminuição histórica dos casos.
A diretora do Hospital Infantil Albert Sabin, Patrícia Jereissati Sampaio, ressaltou a importância da vacinação tanto das crianças, como dos adolescentes, público que pode ser mais resistente ao ato de se vacinar. Ela comentou que, em 2019, foram vacinadas 130 crianças no hospital e reiterou a disponibilidade da vacina no SUS. Ela opinou ainda que, para aqueles que têm condições financeiras, a cobertura por vacinação para as demais meningites é positiva.
SA/LF