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Liberação de bebidas não tem consenso - QR Code Friendly
Quinta, 28 Março 2019 06:37

Liberação de bebidas não tem consenso

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A proposta que prevê a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios e arenas desportivas do Ceará, atualmente em tramitação na Assembleia Legislativa, está longe de gerar consenso entre os parlamentares. De autoria do deputado Evandro Leitão (PDT), a matéria aguarda votação e pode entrar na pauta de hoje. A possibilidade de votação, no entanto, provocou debate, ontem, no plenário da Casa.   O deputado Osmar Baquit (PDT) se posicionou favorável à comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em estádios e arenas desportivas do Ceará. Para o parlamentar, o problema da violência gerado na sociedade e que se estende ao futebol não é exclusivo da bebida alcoólica. “Vemos em São Paulo casos de torcedores marginais matando uns aos outros com paus e cassetetes, enquanto na Bolívia tivemos um caso de torcedores corintianos presos por utilizarem sinalizadores dentro de um estádio, em episódios que não tiveram relação nenhuma com consumo de bebida, por exemplo”, apontou Baquit. De acordo com ele, se o problema for o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, que se suspenda a venda de bebidas em barracas de praia e outros locais similares. Já o deputado Marcos Sobreira (PDT) afirmou que aprovar o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos de futebol “é o maior desserviço que essa Casa pode prestar para a sociedade”. Ele lembrou o Ceará sem Drogas, da Assembleia Legislativa, e os avanços conquistados pelo projeto. “É o maior programa já implementado pela Assembleia Legislativa, e aprovar essa matéria vai contra tudo que foi pregado pelas caravanas do Ceará sem Drogas Ceará afora durante todos esses anos”, defendeu. O pedetista disse, ainda, que o argumento de que a bebida é permitida em outras situações não convence, pois não há situações de disputa como em um jogo de futebol.   Violência Em pronunciamento, a deputada Patrícia Aguiar (PDT) se manifestou contrária ao projeto afirmando que o álcool potencializa as emoções, dando mais espaço para exageros e violência. “Nos estádios as partidas são marcadas por momentos emotivos. A bebida alcoólica combinada com fortes emoções não dá certo. Com certeza a violência pode ser potencializada nesse caso”, defendeu.   A deputada enfatizou que a cearense Maria da Penha também se manifestou contrária à proposta e escreveu uma carta aos parlamentares da Assembleia, pedindo a não aprovação do projeto. “Alguns estados aprovaram medidas semelhantes e voltaram atrás por entender que o álcool e emoções dentro do estádio não combinam”, apontou.   Na mesma linha, a deputada Augusta Brito (PCdoB) salientou posição contrária à proposta ressaltando que, dos 11 estados que liberaram o álcool nos estádios, três voltaram atrás e proibiram novamente por notar aumento da violência. “Em Pernambuco, as bebidas foram proibidas em 2005 nos estádios. Os 1.643 casos de violência nos estádios registrados em 2005 caíram para 112 registrados em 2010”, informou. Augusta Brito enfatizou que, além da violência potencializada nos jogos, o cidadão que sai alcoolizado do local pode brigar fora. “A liberação de bebida nos estádios aumenta a violência não apenas no local porque uma pessoa bêbada, chega em casa e tem mais probabilidade de agredir a sua companheira, por exemplo”, lamentou.   O deputado Soldado Noelio (Pros) também se mostrou contrário à liberação de bebidas alcoólicas nos estádios. “Ser contra a volta da bebida nos estádios é um tanto impopular. Mas a responsabilidade do cargo nos traz, às vezes, a missão de defender coisas contrárias ao pensamento da maioria”, disse. O parlamentar informou que “dados científicos” revelam o impacto da bebida na criminalidade e a redução de ocorrências nos estados que adotaram a proibição da bebida alcoólica nos estádios. Segundo ele, em Pernambuco, o número de ocorrências caiu de 1.646, em 2005, para 112, em 2010, quando foi proibido o consumo. Ainda de acordo com ele, em Minas Gerais, foram reduzidos em torno de 45% os atos violentos dentro dos estádios. “São estudos, cálculos matemáticos. Não vamos mentir para a população. Não carregarei o peso do caso de agressão a uma criança, a um pai de família dentro dos estádios. Não carregarei o peso de ter policiais, jornalistas e cidadãos vítimas por conta disso”, afirmou.
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